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25 anos das crianças do Planalto (Editorial, 07/08/2023)

Bem-vindos à edição de hoje, segunda-feira, 07 de agosto de 2023, de Navegos, sua revista eletrônica independente, a serviço da informação descentralizada, da crítica e do entretenimento. Boas leituras!

*Da Redação

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Entre 1998 e 2001, no bairro Planalto, zona oeste de Natal, crianças entre 1 e 8 anos foram raptadas de suas casas. Na época, o governo do Estado não prestou apoio às famílias e nem mesmo os 12 delegados que passaram pelo caso conseguiram desvendá-lo. Por quê?

Para não haver solução, em casos desse tipo, em que uma dúzia de agentes da lei não conseguem solucionar, a resposta é mais que óbvia: há gente da mais alta elite potiguar envolvida.

Não é racional imaginarmos que seja possível que após 25 anos e 12 delegados, o crime ainda permaneça sem solução.

Para que foram raptadas?

Precisamos ser realistas, cruelmente realistas.

Para adoção não parece muito provável. As crianças eram negras, e dados sobre adoções confirmam que crianças negras são as que menos têm quaisquer chances de adoção. Ninguém as quer.

A mais provável hipótese é tráfico de órgãos ou para abusos sexuais – assassinato, em última análise. O filme Sound of freedom, de Alejandro Gómez Monteverde, de 2023, trata desse tema chocante.

Estas crianças não estão vivas. E o Estado é responsável. É estranho que não haja uma solução. Parece proposital. Talvez pessoas importantes desejem se esconder do que fizeram nos verões passados.

O Estado sabe. Crimes assim, como esses, aparentemente insolúveis, já têm solução, está lá, nas alturas das coberturas mais exclusivas da cidade, nos condomínios verticais mais luxuosos de Natal, ou viajando para Brasília. Entre 1998 e 2001 – o Estado sabe!

O mistério no Planalto começou em novembro de 1998, quando Moisés Alves da Silva, de 1 ano e 7 meses, foi levado de dentro da casa na qual morava. Ele dormia com os pais e os irmãos. Em janeiro do ano seguinte foi a vez de Joseane Pereira dos Santos, de 8 anos, ser raptada da casa de uma vizinha. O terceiro sumiço aconteceu em janeiro de 2000 com o rapto de Yuri Tomé Ribeiro, de 2 anos. Três meses depois, o pequeno Gilson Enedino da Silva, 2 anos, também desapareceu. O último caso aconteceu em dezembro de 2001, quando Marília da Silva Gomes, de 2 anos, também desapareceu de dentro de sua residência. Ela dormia com a mãe, os irmãos e o padrasto.

Nessa edição de Navegos, os colunistas e seções (clique nos nomes para ir direto ao artigo): José Vanilson Julião, Alexsandro Alves, Abraão Gustavo, Marcelo Alves Dias de Souza e Notas do Helmer. Desfrutem.