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A ansiedade da influência

Reproduzimos de Calle del Orco texto sobre Harold Bloom e o ato da leitura a partir de enfoque borgiano que defendia a ideia de que cada época tem uma maneira de ler um autor.

*Carlos Cañeque 

O estudo que escrevia sobre Yeats se transformou em um outro que pretendia relacionar os precursores românticos, em particular de Shelley e Blake me pareceu que uma grande parte da crítica escrita havia então sobre o tema como que me parecia que uma parte da crítica propusera uma leitura equivocada ou perversa

Meu ponto de partida, como disse, foi o estudo que escrevia sobre Yeats e no que se transformou, sobre Ben h. .

Me pareció que uma grande parte da crítica escrita até então  sobre o tema, como a de Ben Johnson em seu Rambler, o movimento de teoria nemótica ou o classicismo el movimiento de teoría nemótica o el classicismo ingléês que culmina no ensaio como The Tradition of the Individual Talent de Eliot, Estavam equivocados ou mal orientados.

Se lemos os comentários de Yeats sobre Shelley ou Blake percebemos um escritor obsessionado  em ler de outra forma os poemas procedentes.

São comentários que propõem uma leitura equivocada ou perversa cujo resultado converte poemas de Shelley e Blake em outros que podiam ser de Yeats. Eis aí a iluminação, o vislumbre de algo que sabemos possível e impossível de descrever com as cores exatas.

.Sugiro aqui, este intento de leitura seja capaz de transformar o poema em precursor, reduzido e contaminado, em uma certa medida poderia ver-se como uma espécie de método condenado ao fracasso, há produzido resultados tão fabulosos e criativos, como a obra de Yeats e de Borges.

Em relação entre ao autor e seu precursor, você há insistido nos aspectos violentos e conflitivos.

Bloom tem intentado aplicar a Freud e Nietzsche em suas propostas teóricas. A ideia da ansiedade da influência sustenta minhas propostas teóricas. Sugere que a relação autor-precursor não é inocente, senão perversa, conflitiva e agonística. O processo de transmissão de influências na obra literária – e inclusive em matérias artísticas ou espirituais – resultará sempre de uma factualidade brutal e contingente que relaciona distintos tropismos e contra-triopismos..

Conversaciones sobre Borges
Carlos Cañeque

Traduccion livre e intervenção de Franklin Jorge
Editorial: Destino

FOTO: Jorge Luís Borges