*Franklin Jorge
A Causa Animal se tornou uma questão de grande complexidade, que engloba, além da defesa e dos cuidados de animais abandonados em situação de vulnerabilidade, a Saúde Pública. Questões que no Brasil tem passado despercebida ou tem uma mínima e irrisória atenção de legisladores e governantes.
Consideram-na um assunto de pouca ou nenhuma importância diante da situação de miséria de grande parcela da população humana, mantida assim pela vontade de políticos que veem nesse contingente a sustentação de seus mandatos e a satisfação de seus apetites insaciáveis. Quanto mais pobre e miserável o povo, mais poder tem esses aproveitadores e sanguessugas desalmados.
Natal, por exemplo, não tem Hospital Veterinário, promessa do ex-prefeito Carlos Eduardo Alves que governou a cidade em três ou quatro mandatos e ainda assim não cumpriu a promessa de oferecer esse serviço que se faz necessário diante do grande investimento, da parte de tutores e protetores de animais, de mantê-los de maneira adequada diante do alto custo de tudo o que diz respeito à vida animal. O Estado limita-se, quando muito, uma vez por ano, a promover campanhas de vacinação que a rigor não cumprem suas metas, por diversos fatores. A Delegacia Especial de Proteção ao Meio Ambiente, que eventualmente realiza ações de resgate de animais, não tem abrigo nem recursos para alimentá-los, nem se cogita disto, porque os animais são vitimas silenciosas do descaso e da violência. Despeja-os em instituições privadas e cada um que se vire para cuidar e matar a fome dos animais recolhidos.
O homem não considera nem respeita a vida dos animais, e o Estado ignora seus direitos, sempre esquecidos ou postergados diante de demandas sociais reprimidas por governantes e legisladores incapazes de solucionar problemas que pelo descaso se tornaram crônicos.
Organizações não-Governamentais e Institutos de Direito Privado assumem responsabilidades, às vezes, acima de suas condições materiais, sem contrapartida dos governos. Dependem em grande parte de doações, o que denota um lado civilizado dos cidadãos que atendem a tais demandas, mas a participação do Governo se faz necessária e as autoridades devem ser pressionadas para fazer o que é atribuição e responsabilidade sua, como estamento do Estado.
O Rio Grande do Norte tem uma grande população de animais abandonados ou em situação de risco a exigir ações efetivas e urgentes, com a criação de abrigos dignos e hospitais veterinários públicos. A sociedade precisa se mobilizar para dar visibilidade a este problema que clama por soluções. Como seres civilizados, não podemos ignorar essa realidade que resulta da pobreza, do descaso e da omissão.
Compaixão pelos animais!