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A experiência muda o homem

História oculta por 31 anos vem à tona, engrandece o artista e escritor Iaperi Araújo, e a um tempo delata os bastidores de uma cultura invejosa e provinciana.

*Franklin Jorge

Quando eu era jovem, há uns 50 anos atrás, cai na lábia do sinistro Jomar Jackson do Nascimento, que me inimistou com muita gente, ao criar uma rede de intrigas, usando o nome de pessoas. Com o tempo conheci o seu mau caráter e dei-lhe um basta que o tirou da cena artística da cidade. Hoje ele é apenas um pobre pedófilo que dá aulas a crianças na Cidade da Criança e tem o hábito de fotografá-las nuas em recinto público. Ele. em cumplicidade com Lenício Queiroga e Angélica Timbó, forjaram uma carta odiosa, denegrindo-me, e a sob o nome e o endereço de Edoardo Alexandre Garcia, o Dunga.na verdade, tratava-se de um cordel intitulado “História do veado que quer entrar para a Academia”. Por isso, por muitos na os, mantive e distância de Edoardo Alexandre, que eu não sabia ser também uma vítima dessa intriga.

Distribuíram-nas em redações de jornais e repartições públicas. Foram descobertos por que havia falhas em algumas letras da máquina usada por eles, a mesma máquina da TV Universitária que Lenício costumava lançar mão para escrever os releases de suas peças, que costumava enviar-me, a mim, então Editor de Cultura do jornal Tribunal do Norte,. Ainda conservo cópia dessa carta, enviada entre outras 40 à redação. Talvez nem Dunga saiba que foi vítima desses difamadores. Eles também incriminaram Iaperi nessa trama, quando os peguei de calças curtas.

Uma de minhas vítimas foi o artista, professor e grande ginecologista Iaperi Araújo, a quem pedi perdão ao chegar à razão das coisas. Hoje recebi dele uma mensagem que faço questão de difundir como testemunho de meu arrependimento e de sua própria grandeza humana. Sei que, pelo que escrevi contra ele, pelo quanto o ridicularizei, não merecia o seu perdão. Por isso, faço questão de publicar abaixo a mensagem que recebi dele, Iaperi, para que todos saibam quanto eu estava errado por deixar-me enganar pelas intrigas de Jomar, a quem dou o troco agora.

Leiam, pois o que me escreveu Iaperi:

Para: Franklin Jorge

8 de jan às 19:42

<[email protected]>

“Amigo, não se importe com as ameaças. Os cães que ladram muito não mordem.

“Não tenho o que lhe perdoar. A vida é feita dessas coisas. Você tem uma belíssima obra de crítica de artes. De reminiscências e registros da História ((Spleen de Natal, Edufrn, 2000) e merece todo o respeito o que não posso dizer de dos seus propalados “inimigos”.

“Posso ceder imagens para as canecas sem retribuição alguma. É uma forma de ajudar seu empreendimento que é altamente meritório. Imagine a honra de ser perpetuado num objeto que vai durar mais que a nossa própria vida. Imortalização da obra do artista. Depois te mando uma série de reproduções de quadros que podem compor a produção. Mais depois mando originais, o que é melhor, todos como doação. Ainda compro as canecas que tiverem minhas obras impressas. Um abraço”

Tais palavras, escritas por um notável artista e escritor singular, corroboram o conceito que forjei da cultura em anos de vivências: a cultura começa pela generosidade, aqui representada por Iaperi Araújo, de quem me torno, daqui para a frente, devedor.

 

Franklin Jorge. Fundador de Navegos, ativista pelos direitos dos animais, escritor e jornalista.