*Alexsandro Alves
No artigo anterior, falei um pouco e por alto dos anos de universidade. Os focos foram os professores e o partidarismo ideológico que existem nos corredores de humanas, onde tudo é a partir do marxismo.
De forma que podemos compreender os acadêmicos como uma espécie de casta religiosa. Há um credo a ser seguido, há os apóstolos e há os profetas desse credo, e seu grande salvador, um judeu, coincidentemente. É a Igreja Marxista, para fazer uma analogia adequada e de fácil compreensão, e tão dogmática quanto qualquer outra igreja.
Agora passaremos ao Ensino Médio.
São 19 anos como professor do Ensino Médio, basicamente do Ensino de Jovens e Adultos, o EJA.
O que aprendi? Sim, porque, se ensinei algo, algo também me foi passado.
Eu aprendi que nem todo mundo precisa e quer estar na escola. Mas o sistema força essas pessoas a ocuparem uma cadeira na sala de aula, para quê?
Para obtenção de um diploma. Um reles diploma!
Para que?
Trabalhar. As cadeiras ocupadas nas salas de aula, em sua maioria, visam um emprego. Qualquer emprego. Isso é óbvio. Queremos aprender para trabalhar. Mas há trabalho que não demanda o currículo, a maioria dos alunos do EJA formarão esse tipo de batalhão de trabalhadores, que se ocuparão em empregos onde o currículo escolar, em sua maior parte, é inútil.
E é o suficiente para a maioria. E qual o problema nisso? Nenhum. Porém, empurram disciplinas e conteúdos irrelevantes para os alunos.
Os alunos, em sua maioria, não precisam de sociologia. Nem de filosofia. Nem de muito das humanidades. A maioria precisa apenas de português e de matemática básica. Pronto. O básico que é ler, escrever e as quatro operações básicas. Mas o sistema obriga os empregadores que contratem apenas funcionários que obtenham um diploma de conclusão de ensino médio. Mas as disciplinas e conteúdos trabalhados sequer farão parte da vida do estudante enquanto trabalhador de uma fábrica, de uma empresa, de um supermercado. Não há necessidade. As tarefas que desempenharão fazem uso apenas de português e matemática básica, eis tudo o que boa parte dos nossos alunos precisam.
Ao colocar pessoas em salas de aula forçadamente, sim, pois é isso o que ocorre, em busca de um diploma que para sua obtenção, demanda tempo com conteúdos que lhes serão inúteis e poderia facilmente ser simplificado em seu histórico e currículo escolares, lotam as salas de aula de alunos que nada querem, salvo o diploma, porque não veem necessidade, da maioria do que na sala de aula é exposto, para sua vida futura imediata.
E o pior?
É para garantir números para o governo que lotam as salas de aula!
E sabem o que ocorre?
As escolas formam estudantes incapazes. Imaginem uma sala de aula com 40 alunos, sendo a maioria deles apáticos e esperando apenas o diploma no final do ano. Eu tenho alunos de terceiro período EJA que mal sabem escrever direito. Mas estes receberão um diploma e se empregarão. Eis mais uma prova de que o nosso sistema de ensino é uma farsa. De que o currículo escolar é desnecessário. Apresentam um diploma ao empregador, são contratados e sequer sabem ler bem. Mas foram forçados o ano inteiro a ouvir conteúdos irrelevantes apenas para compor o currículo que na prática não importa.
Formamos analfabetos funcionais.
Logo no início de minha peregrinação pela Educação, eu costumava passar redações para os alunos, logo no primeiro dia.
O que constatei não estava em meu script. Alunos de terceiro ano, pré-vestibulares, escrevendo chícara, omem, xapeu. Como chegaram até o fim Ensino Médio desse jeito?
É essa a escola que quer fazer o aluno pensar, uma educação libertadora!
Atolam política e conteúdos marxistas, e esquecem o básico. O livro de sociologia é um festival de nomes ligados às mais variadas correntes marxistas. Qualquer livro de sociologia do Ensino Médio. Enquanto isso, nos livros de português, se compara um texto de Camões com propaganda de Coca-Cola. E se prefere a propaganda. Como se aprende a ler com imagem?
É um festival de emburrecimento disfarçado de crítica, política e empoderamento. Na prática, a maioria dos estudantes terminam o Ensino Médio sequer sabendo de fato ler e escrever.
Isso já está sendo sentido nas graduações da área tecnológica. Para muitos dos egressos do Ensino Médio, já várias universidades estão criando cadeiras de matemática básica porque seus calouros não sabem o básico de matemática.