*Valterlucio Bessa Campelo
Nos últimos dias, dois depoimentos de um mesmo homem me chamaram muito a atenção, embora pertençam a uma área do conhecimento que efetivamente não domino, o que me faz, desde logo, pedir desculpas aos expertos se, por acaso, cometer alguma gafe neste texto.
Trato das declarações do Dr. Robert Malone, um dos principais desenvolvedores de vacinas no mundo e um dos responsáveis pela tecnologia que possibilitou a existência da vacina m-RNA, utilizada pela Pfizer, por exemplo. Sua carreira inclui mais de uma dezena de patentes e somente para o seu trabalho com a tecnologia m-RNA possui mais de 7.000 citações. Ao todo ele tem mais de 100 publicações revisadas por pares. Os acadêmicos e profissionais da área sabem muito bem o significado disso. O Dr. Malone é daqueles para quem imunologistas e infectologistas tiram o chapéu só de ouvir o nome. Quem gosta de utilizar o argumento da autoridade tipo “sou médico e você não é!”, esteja à vontade.
Segundo ele, confessadamente vacinado, as vacinas que utilizam a tecnologia que ele criou implicam, quando aplicadas em crianças, riscos de ordem neurológica, cardíaca, reprodutiva e imunológica. No vídeo acima, já obviamente censurado no Youtube, o Dr. Malone deixa no ar uma pergunta no mínimo instigante, “Você quer que seu filho participe do experimento mais radical da história humana?”.
Sim, as big techs, as big pharmas e seus associados ou comissionados não demoraram a cancelar o Dr. Malone nas redes sociais, o que nos leva ao segundo ponto de sua entrevista, ou seja, a formação de massa, um processo de indução em parte da população de um pensamento único, totalitário, mediante um processo de hipnose coletiva que um leigo como eu chamaria de estupidificação.
A entrevista do Dr. Malone a Joe Rogan (comediante americano com milhões de seguidores) foi também banida do Twitter e do Youtube. Não trato do tema médico propriamente, me interessa referir, complementarmente às conclusões sobre a picadinha, a essa questão ainda maior e mais relevante – a formação de massa.
Segundo os teóricos da área, cerca de 30% da população se encontra em uma faixa em que sob a sensação de medo, por exemplo, aderem facilmente a comandos externos como se estivessem hipnotizados (de fato estão) dependendo da carga de informação imposta. Na outra ponta, cerca de 30% não aceitam sem refletir e por decisão crítica, autônoma, qualquer comando exterior. E tem a turma do meio. aquela que dança conforme a música, sem convicção, em busca daquilo que parece mais seguro. Não pertencem à massa formada, mas está disposta a segui-la sob determinadas condições. Me lembrou as eleições no Brasil.
Estaríamos, então, desde antes de 2020, sob a intensificação desse processo de formação de massa. A grande mídia e governos se encarregaram de mediante a propaganda assídua, permanente, intensa e abusiva, e, também, através do silenciamento dos contrários, instituir um totalitarismo do pensamento, ou seja, instalaram uma hipnose que impede o cidadão de pensar criticamente. Os exemplos estão por aí. Sim por que sim, não por que não e acabou o papo. É como reagem hipnoticamente a massa dos 30%.
Não é uma invenção recente. O stalinismo e o nazismo utilizaram com maestria esse processo na formação de seus contingentes. Há um filme, A Onda, muito visto e estudado que demonstra com facilidade o processo. O indivíduo estupidificado é obedientemente capaz das maiores atrocidades, age sob comandos aos quais não dedica nenhuma reflexão e, assim, banaliza o mal, como bem verificou e esmiuçou a filósofa Hannah Arendt.
Além de antigo, é um tema amplamente estudado. Em 1921, Freud já lançava “Psicologia das massas e a formação do eu” onde afirma a importância do comportamento social sobre o individual. Antes, Le Bon (1985) já explorara o conceito de mente coletiva e da anonimidade. Tudo isso e muito mais, o leitor pode ver no delicioso artigo de Márcio Garrit, pela Multidisciplinary Cientific Journal.
Pondo em risco uma das mais bem sucedidas carreiras mundiais como imunologista, disse o próprio Dr. Robert Malone em sua entrevista a Joe Rogan, “Há duas colinas nas quais estou disposto a morrer. A primeira é parar os golpes nas crianças. A outra é resistir à erosão da liberdade de expressão…” . Ocorre que a primeira colina de Malone, como ponto de fixação de suas bases argumentativas como imunologista, depende da segunda, a manutenção da liberdade. Sem ela a massa formada é capaz de interditar a comunicação ao ponto de encarcerar o dissenso.
Os “golpes nas crianças” afirmam-se, necessariamente, pelo ataque sem trégua à liberdade de expressão. Ele mesmo, Robert Malone, depois de décadas de importantíssimos serviços prestados à humanidade como desenvolvedor de vacinas foi silenciado como reles fazedor de fakenews por gente que sequer se dá ao trabalho de exibir argumentos contrários. O poço de miséria intelectual em que foi jogada essa gente que na II Guerra seria facilmente identificada como colaboracionista do Nazismo, não lhe permite disposição para um debate mínimo e racional.
A razão está sendo soterrada pelas big techs, governos e jornais navegadores de águas rasas. Gente que não serviria de estagiário no laboratório de Dr. Robert Malone, sobe no banquinho da praça politicamente correta e fala como se todos estivessem entre os 30% estupidificados. Não estão. Acreditem, caros, existem muitos Roberts Malones e Djokovics, a quem deve-se homenagear, zelando pela liberdade em primeiro lugar.