*Lívio Oliveira
Dorian Gray Caldas (Natal, 16 de fevereiro de 1930 – Natal, 23 de janeiro de 2017) era superlativo em tudo, na arte e na vida, a que viveu com simplicidade e altivez. Sempre trazia um harmonia interna, digna de um monge Zen, ou de uma espécie de franciscano exuberante.
Dorian nunca deixava de dar algo, de destinar aos outros, que olhavam para as suas produções embevecidos, algo de importante para toda vida. E todos viam nele um ser acima do bem e do mal, alguém que se firmava numa insuspeita transcendência, mesmo sendo tão humilde na forma de falar e de se comunicar.
Quanta beleza na sua produção artística! Quanta generosidade nos seus gestos pessoais! Quanto amor em suas mãos! Dorian as guiava com suavidade…o lápis da poesia e os pincéis e demais instrumentos das artes: tudo poesia escrita ou visual! Tudo puríssimo e elevado!
Tudo em Dorian Gray Caldas trazia belezas para os nossos olhos e ouvidos em êxtase. Sabia e gostava de conversar, de dizer a palavra primeira e a derradeira, sempre exatas, que marcavam com gentileza.
As cores de Dorian, as originárias e as que vieram no decorrer do caminho, até a última pincelada no quadro da vida: todas verdadeiras, apaixonantes, profundas, perenes.
Dorian pode ser definido mesmo assim: perene, como homem e como artista. Dorian é imortal, na acepção mais perfeita.
A vida ainda pulsa nas cores e nas palavras que nos deixou, como eterno legado. Saibamos aproveitar esse legado e respeitar e prestar honra a essa obra e a esse homem, um dos grandes ícones culturais e artísticos da nossa terra, cada vez mais necessitada de pessoas e artistas dessa elevada dimensão.