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A importância da dúvida

Colaboradora de Navegos reafirma seu compromisso com a Filosofia e assegura que, como ser pensante capaz de perceber, ver, analisar e escolher o certo, jamais votará em descondenados

*Nadja Lira

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Durante os anos em que passei estudando Filosofia na Faculdade Dom Heitor Sales – FAHS, o meu amado e saudoso Tempo do Saber, tive a oportunidade de descobrir e conhecer o pensamento de diversos filósofos. Apaixonada pela disciplina desde criança, mergulhei nas explicações repassadas pelos professores, que me levaram por uma viagem maravilhosa através das ideias desenvolvidas por Platão, Sócrates, Aristóteles, René Descartes, Sartre e tantos outros pensadores.

Hoje acordei pensando nas ideias de René Descartes – filósofo e matemático francês criador do Pensamento Cartesiano – um sistema filosófico de onde surgiu a Filosofia Moderna. Além da Filosofia e Matemática, Descartes deixou grande contribuição na área da Astronomia, Física e Geometria Analítica, entre outras.

Se eu fechar um pouco os olhos, torno a ouvir a voz do meu querido Professor Túlio Sales, falando sobre a contribuição que René Descartes nos deixou acerca da dualidade entre os mundos, formados pela mente e o corpo. “Não podemos confiar nos nossos sentidos, porque eles nos enganam”, alertava o Professor, afirmando que, para utilizarmos bem o pensamento do filósofo, “é importante duvidar de tudo”.

Portanto, a Filosofia de Descartes nos alerta a duvidar dos nossos sentidos, dos nossos sonhos e até mesmo daquilo que ele chamou de Gênio Maligno. As dúvidas deste grande pensador culminaram com a célebre frase: “Cogito, ergo sum” – Penso, logo existo.

Relembrando minhas aulas com o Grande Mestre Túlio Sales percebi que vivo cercada de dúvidas. Especialmente neste momento em que se aproxima o período eleitoral. E eu tenho muitas dúvidas – profundas dúvidas acerca das intenções e do caráter de diversos nomes postos à escolha dos eleitores potiguares e brasileiros.

Minha maior dúvida está relacionada ao nome do ex-condenado Lula da Silva. Será que em outra parte do mundo um descondenado seria escolhido para governar um País onde ele foi julgado, condenado e preso?

Será que outra parte do Universo, um ministro – que deveria ser guardião da Constituição do País – anularia todos os processos movidos contra um ex-presidente comprovadamente corrupto, a fim de que ele pudesse participar de uma eleição presidencial?

É possível acreditar nas palavras de um sujeito, que se orgulha de afirmar que mentia, na maior cara lavada, durante suas viagens ao exterior, falando sobre a quantidade de crianças brasileiras vivendo nas ruas?

Seguindo o exemplo do grande filósofo René Descartes, eu passei a duvidar de tudo. Desse modo, minhas dúvidas se multiplicam diariamente e por isso eu pergunto:

Existe a possibilidade de alguém ficar rico, tornar-se acionista de grandes empresas, proprietário de grandes fazendas e outros bens, tendo trabalhado em um zoológico e ganhando um salário mínimo por mês? Isto pode acontecer com qualquer mortal, ou é uma exclusividade para os filhos de um ex-presidiário?

Pode ser considerada séria, a afirmação feita pelo ex-presidiário de que o Brasil necessita da construção de Estádios de Futebol e não de hospitais, conforme ele expressou durante a realização da Copa do Mundo sediada no Brasil?

Alguém pode realmente confiar nas boas intenções de um candidato que além de ser descondenado, afirma que vai regular a Imprensa e limitar o acesso da população às redes sociais? Eu estou entendendo errado, ou está ameaçando a liberdade de expressão, ferramenta indispensável ao trabalho de jornalistas?

Será que existe, neste meu Brasil Lindo e Trigueiro, alguém que confie em um sujeito que afirma querer transformar nosso País numa “democracia” semelhante àquele que existe em Cuba, Venezuela e Colômbia e que idolatra ídolos como Fidel Castro, Nicolas Maduro, Che Guevara e Evo Morales, entre outros?

É possível acreditar nas pesquisas de opinião que apontam o Lula-bá-bá em primeiro lugar, mesmo vendo-se que ele não consegue entrar em qualquer lugar sem ser chamado de ladrão?

Será possível que todos os presos e envolvidos nas falcatruas denunciadas pela Operação Lava Jato e que denunciaram Lula estejam mentindo e somente ele esteja falando a verdade? Dá mesmo para confiar na palavra de um sujeito que se orgulha de mentir sobre o Brasil lá fora e ainda considera isto bonito e natural?

É sério que ainda existem pessoas que acreditam que ele é inocente e que vai mudar o rumo do Brasil? Mas ele e sua trupe não estiveram no poder por 16 anos? Quem foi responsável pelo Brasil sair dos trilhos? Afinal, Bolsonaro governa o Brasil, graças a Deus, a apenas quatro anos!

Dúvidas e mais dúvidas tomam conta de mim quando ouço alguém dizer que Lula rouba, mas faz. Faz o quê, cara pálida? Faz crescer a fila dos hospitais, a falta de merenda nas escolas, a falta de Segurança Pública nas cidades e o pior: pensa em legalizar roubos, porque ladrões são vítimas da sociedade.

Dá para acreditar em um sujeito que planeja transformar o cidadão brasileiro em um dependente do Estado e que dá graças a Deus pelo surgimento do Coronavírus. Ele disse, em alto e bom som, que “determinadas crises só são resolvidas pelo Estado”. E continuou: “Ainda bem que a natureza, contra a vontade da humanidade, criou esse monstro chamado Coronavírus. Porque esse monstro está permitindo que os cegos comecem a enxergar que apenas o Estado é capaz de dar solução a determinadas crises. ”

Tenho pensado muito na Filosofia de Descartes e a cada pensamento tenho certeza de que existo. Se existo, logo penso, duvido, reflito e pondero. Portanto, como ser pensante e com capacidade para escolher, decidi que jamais votarei em um descondenado. Já cometi este erro uma vez e já chega. Comigo o lema é; Brasil acima de tudo e Deus acima de todos!