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A leitura nossa de cada dia

Brasileiro passa mais áudio no Zap do que o restante do mundo: como isso é a cara do brasileiro?

*Alexsandro Alves

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Em entrevista à Folha, Will Cathcart, presidente do WhatsApp, afirmou que o Brasil é um dos países que mais utiliza o aplicativo de mensagens, ficando atrás apenas da Índia e da Indonésia. Na entrevista, Cathcart também destacou a liderança brasileira no envio de mensagens de áudio, com quatro vezes mais mensagens desse tipo do que em qualquer outro lugar:

 

(…) No Brasil, a etiqueta sobre enviar ou não mensagens de áudio é um tema controverso. Existe alguma tese sobre por que o Brasil envia o maior número de mensagens de áudio?

Acho que faz parte desse uso intenso. As pessoas usam muito os recursos. Com as mensagens de áudio, temos tentado melhorar a experiência do usuário a partir de sugestões. Já se pode ouvir a mensagem de áudio em velocidade 2x. Outra mudança foi permitir que as pessoas ouçam a mensagem de áudio, mas voltem para sua caixa de entrada enquanto ela ainda está sendo reproduzida. Porque as pessoas querem aproveitar o tempo para fazer outras coisas. (…)

 

COMENTÁRIO:

A falta de hábito do brasileiro em ler explica isso. Não apenas ler mas escrever também, são hábitos pouco cultivados no Brasil. Essa deficiência também é fruto de uma educação em que tanto o corpo docente quanto o discente, muitas vezes, possuem altos níveis de raquitismo cultural. E isso não está ligado à pobreza ou à cor da pele do brasileiro: independentemente dessas condições, a média de leitura no Brasil é medíocre.

Eu já contei que estava vendo alguns vídeos de casarões antigos em São Paulo, devido a isso, as recomendações do You Tube elencaram vídeos de mansões construídas em tempos mais recentes. Fui dar uma olhada. Nessas modernas não há bibliotecas! Nas antigas, o espaço para a biblioteca era obrigatório e era um espaço grande e muito refinado. Hoje, há a discoteca com lugar para o dj. Basta ver o favelado Neymar e outras celebridades como Ludmilla, Sonsa, sertanejos… a casa deles têm tudo, menos bibliotecas.

E não é porque vieram das favelas ou dos grotões do Brasil.

As atuais construções de alto ou altíssimo padrão, prontas para acolher famílias tradicionais, não possuem bibliotecas.

Sobre isso, como está Natal?

Por um lado, há a elite festeira das festas nas piscina ao som do dj, por outro lado, há os indivíduos que solapam a cultura pelo partidarismo político – tornando qualquer ato estético em um palanque. Os dois lados da mendicância cultural da cidade. No meio disso, alguns gatos pingados que se assombram com esses descasos.