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A lição de 2018

Fundador de Navegos  escreve sobre a emblemática eleição que alijou do poder representantes das mais longevas oligarquias locais, Rosado, Alves e Maia.

*Franklin Jorge

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Em 2018 os norte-riograndenses expressaram todo o seu cansaço, após gerações de maus governantes e promessas vazias, ao derrotar expoentes de velhas oligarquias, já vesgas de tanto espoliar a todos em sua avidez de benesses que o exercício do poder proporciona. Foi, nesse sentido, uma eleição histórica, que há de ser lembrada por futuras gerações. Nesse pleito emblemático vimos despencar de uma só vez, como frutos podres despencam dos galhos, figuras carimbadas como os ex-senadores Garibaldi Alves Filho, José Agripino Maia, o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo, que se achava um governador em férias; a ex-deputada federal Sandra Rosado e outros que não puderam cantar vitória e desde então amargam penoso ostracismo, após o usufruto de mandatos que lhes pareciam hereditários.

De cambulhada, é verdade, elegeram a atual governadora.  Que, em sua inércia de comedora de pipocas se revelou um dispendioso arroto choco em matéria de governança, projetos e realizações que pudessem satisfazer minimamente as expectativas de um povo que já sofreu sob governos como os de Rosalba Ciarlini e Robinson Faria, duas ilustríssimas incompetências que se revelaram desastrosas para toda a população.

Na verdade,  ao dar um Basta! a tantas excelências, o Rio Grande do Norte ,quebrou uma poderosa corrente que há gerações nos agrilhoavam a todos, eleição após eleição, como se o nosso destino fosse penar inexoravelmente, cativos aos apetites de populistas e demagogos desalmados.

Foi 2018, de certa forma, um freio de arrumação e a um tempo o aviso de que a paciência do nosso povo se esgotava e já não havia mais lugar para arrumadinhos descarados, embora a escolha da maioria recaísse sobre uma candidata vociferante e sem previsão de futuro, que em três anos de abstenção ou engodos administrativos este governo tem nos infligido os piores horrores, vilipendiando uma terra já calejada em matéria de enganos e espoliação. Apesar dessa má escolha, adveio alguma coisa de boa, o prazer de vermos com os nossos próprios olhos mortais que próceres e apaniguados de oligarquias carcomidas caíram, enfim, da montaria, representada por potiguares conformados com a picada das esporas usadas por políticos para humilhar e submeter o elefante exausto.

Pessoas mais atiladas e espertas, entanto,  hão de perceber que 2018 ainda não terminou. E, quem não é parvo nem come grama, sabe que a alardeada popularidade da atual governadora é midiática e fictícia, laboriosamente construída por  jornalistas e blogueiros de aluguel à serviço duma imprensa amestrada pela verba publicitária e por contratos que alimentam uma infantaria de bajuladores que não tem credibilidade nem nadica de nada a a perder, pois a sua subsistência depende da ficção que vendem a incautos como algo crível.

FOTO Ex-senador José Agripino Maia continua ativo nos bastidores