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A longa e sofrida espera

Para fundador da Navegos, gestor do Palácio Felipe Camarão deveria ater-se às demandas que urgem à população natalense mais necessitada dos serviços públicos, como os da saúde, por exemplo, ao invés de oferecer-lhe apenas o ‘circo’

Franklin Jorge

Recentemente, referi­-me aqui às sugestões que costumo dar, desinteressadamente, ao prefeito de Natal, pois almejo ver a cidade e o seu povo em harmonia, o que se obtém em uma gestão dinâmica, atenta e atilada,  conectada às necessidades e expectativas da população. Não espero pagamento nem gratidão de sua excelência. Já me basta constatar a enormidade de pedidos que tem atendido sem fazer cara feia. E, prontamente, como apropriar-se, com outros métodos, botando rédeas do secretário de Entretenimentos, prestigiando ele mesmo os artistas, repaginando a cidade. Transformando o Beco da Lama em um museu a céu aberto dinâmico, vivo, fadado a espraiar-se por toda a capital potiguar. Boas ideias, quase sem custo, que aproximaram o prefeito do povo, boicotadas no governo passado por Dácio Galvão.

Ao atender meus pleitos, o mandatário presta prefeito  serviço à cidade, satisfaz o pleito dos cidadãos. Usando as redes sociais, não creio que me subestime ao pôr em prática sugestões como a criação de uma defensoria dos direitos dos animais; abrigos de passageiros que não rebaixassem os usuários em sua dignidade humana, expondo-os ao sol, à chuva e às intempéries, fruto da distorção e duma visão administrativa equivocada, praticada por quem despreza o homem e pisoteia a cidadania. Não lhe sugeri que construísse as casas da Índia ou as Muralhas da China, muito menos que desse humildade a Dácio Galvão. Só coisas práticas e triviais de que somos carentes e sua excelência ignora, parte da rotina diária de um extraordinário número de natalenses, passageiros e usuários do transporte urbano.

Também não me acanhei de chamar-lhe a atenção, desse homem ocupado, para a mina de votos que seria um bom gerenciamento dos postos de saúde, humana e caridosamente, facilitando o acesso aos serviços, sobretudo de usuários do sistema já cadastrados que pudesse resolver tudo por telefone celular, aparelho de telefonia de uso individual foi que criado para isso.

Para que fazer madrugar, ao relento, uma horda de vulneráveis, obrigados a enfrentar longas filas, de pé, consumidos pelo cansaço, como uma purgação por recorrer ao sistema de saúde pública? Uma verdadeira tortura que ele, Álvaro Dias, podia mudar, e creio que está mudando, pois já se observa uma pequena mudança em atos de rotina. Uma ação dinâmica e humanitária propagará o cuidado do prefeito com a saúde do povo, não tendo de sair o enfermo, de madrugada, sob o sereno, em busca de saúde. Que valimento tem o celular? O e-mail? As redes sociais, enfim? Prefeito, coloque-se na pele dos miseráveis e acredite que o melhor socorro é o que chega primeiro. Não pode o enfermo resolver tudo sem sair de casa? Usando a chamada tecnologia para humanos, posto que entre inumanos temos vivido.

Sempre peço por Natal, ao contrário de outros que buscam empregos e colher benesses. Retribuição. Ajustada ao seu futuro de Cidade Espacial, em escala menor como o condomínio criado por arquiteto milanês, celebrado em poema de Walmir Ayala, ao transpor a natureza e o clima para a casa ecológica donde se pode apreciar o verde desbordante, o concerto das chuvas e a música furiosa dos ventos.

Franklin Jorge, diretor de Redação da Navegos, é autor dos livros “Ficções Fricções Africções” (Mares do Sul; 62 págs.; 1999), “O Spleen de Natal” (Edufrn; 300 págs.; 2001), “O Livro dos Afiguraves” (FeedBack; 167 págs.; 2015), dentre outros.

HUMILHANTE DESCASO Imagem feita pelo fotógrafo Magnus Nascimento registra cidadãos natalenses em busca de atendimento médico no Centro Clínico Asa Norte, localizado à av. Dr. João Medeiros Filho, no bairro Pajuçara, zona Norte de Natal; população precisa de uma boa dose de paciência e resignação para enfrentar a madrugada e, depois, seja sob chuva ou sol, esperar para obter uma ficha a fim de, posteriormente, ser atendida