*Pedro Henrique Farias
Ontem, 24/03, visitei o escritor, jornalista, artista plástico, agente cultural e crítico, Franklin Jorge, nascido no Ceará-Mirim em 1952, e que viveu na Várzea do Assú, na comunidade do Estevão, desde os dois meses até a maioridade, na companhia de sua avó materna Amélia Cruz da Fonseca, a quem carinhosamente se refere por mamãe. É autor dos títulos Ficções, Fricções, Africções (Edições Mares do Sul, Florianópolis, 1999), vencedor do Prêmio de Literatura Luís da Câmara Cascudo, de 1998, atribuído pela Prefeitura de Natal por unanimidade; O Spleen de Natal (2ª edição, Edufrn, Natal, 2000); O ouro de Goiás (Instituto José Mendonça Teles/Editora Kelps, Goiânia, 2012); O livro dos Afiguraves (Editora Feedback, Natal, 2015); Poemas Apócrifos (Editora Feedback/Amazon, Natal, 2020) e de outros títulos ainda não publicados. Trata-se de 50 anos de contribuições à cultura potiguar, de um artista e intelectual que viveu em 09 estados brasileiros, que conviveu e aprendeu com diversas culturas e personalidades de seu convívio.
Atualmente, Franklin mora na companhia de seu filho, dos seus 10 gatos, algumas galinhas e um frondoso jardim. Quando perguntei-lhe sobre os quadros dispostos em sua sala, respondeu-me que foi retratado no curso dos anos por artistas que admiram sua obra, e que conserva esses retratos com os quais foi presenteado porque a sua própria coleção de pintura, amealhada durante anos para compor o acervo de um museu de arte que pretendia criar em Natal, foi doada por ele em 1983 para compor o acervo original da Pinacoteca do Estado, atualmente instalada no antigo Palácio Potengi, museu criado por ele ao tempo em que foi o Chefe do Núcleo de Criatividade da FJA.
É muito evidente o compromisso de Franklin com o engrandecimento da cultura potiguar, em especial na cidade do Natal, bem como com a coletividade. A exemplo da doação realizada em 1986 à biblioteca do SESC da Avenida Rio Branco, antes de se mudar para a Amazônia, parte de sua biblioteca hipercriticamente selecionada provida de rica e curiosa marginalia, que chega a perfazer cerca de 10.000 livros.