*Alexsandro Alves
Todo pensador profundo tem mais medo de ser compreendido do que de ser mal compreendido. Começo esse artigo com essa sentença de Nietzsche, porque embora o presidente Lula não seja um pensador profundo, ele é um político habilidoso. Ai de Lula se o compreendessem…
Lula gosta de ser mal compreendido, uma imagem jogada por um político sempre fala mil palavras! E Lula tem uma militância sempre pronta para redigir essas mil palavras dentro da ideologia adequada, a dele.
Fomos surpreendidos com a notícia terrível de que o filho caçula de Lula agrediu sua esposa, Natália Schincariol.
Imediatamente, todas as grandes mulheres de esquerda: Érika Hilton, Sâmia Bonfim, Natália Bonavides, Fátima Bezerra, Talíria Petrone, Fernanda Melchiona, Janja, coletivos literários feministas, mulheres do MST, professoras universitárias, movimento estudantil e etc., inundaram as redes sociais com notas de repúdio contra o filho do presidente Lula; discursos inflamados dessas mulheres incendiaram o Congresso como nunca antes, passeatas pedindo a prisão de Luís Claudio estão marcadas para esse fim de semana em todo o país e a Rede Globo não para de noticiar!
Uma mulher foi agredida – e mexeu com uma mexeu com todas…
Mas espere… Que mundo é esse em que vivo, o que estou pensando?
Calma! Essa sequencia de notas de repúdio e discursos inflamados nas tribunas não ocorreram. A verdade é outra.
Um homem, filho do presidente Lula, outro homem, agrediu sua esposa, e as mulheres feministas estão caladas.
Milly Lacombe ainda ensaiou um comentário, tão educado, que parece que nem vale. Imagino Milly Lacombe comentando uma agressão de Flávio Bolsonaro contra sua esposa… Eis a diferença. Milly Lacombe ainda tentou quase uma justificativa: ” o machismo é plástico”, quanta elegância!
Pior foi Gleisi Hoffmann. Preferiu falar da imagem de Lula do que comentar sobre o ocorrido – prioridades!
E só.
Mais recentemente, o presidente Lula, homem, deu sua opinião sobre seu filho agressor, um homem, e a esposa agredida, uma mulher.
Em um evento, Lula mostrou umas meias com imagens de Frida Kahlo.
“Oh!”, pensaram as feministas, “Lula está mandando um recado para o filho!”.
Ledo engano.
Primeiro, porque Lula nunca foi de meias palavras, ele fala. Segundo, porque a mensagem não foi para Luís Claudio, seu filho agressor. A mensagem foi para Natália Schincariol, a mulher agredida. E ganha contornos sinistros.
A pintora Frida Kahlo é um ícone do feminismo. Foi tornada um ícone, melhor dizendo.
Mas Frida apanhava do marido, Diego Rivera, um dos grandes comunistas latino-americanos.
E apanhava calada!
Nunca disse um “ai” para o marido agressor. E não eram tapinhas. Eram murros na face! Surras terríveis!
Frida Kahlo apanhava homericamente do comunista Diego Rivera, e permaneceu sempre calada. Uma Amélia.
A mensagem para Natália Schincariol é essa: “APANHE CALADA!”.
De fato, Lula e Lulinha calaram até as mulheres feministas.
Quem diria, não é? Um homem agressor calou mulheres politizadas! Por quê? Porque é filho do presidente Lula, filho do amor.
Amor bandido.
Mas não tem mulher feminista que erga a voz contra ele.
É pela ideologia. Apanhe, Natália Schincariol, pelo bem maior, como Frida fez.
Quem sabe, dirão alguns, elas estão dando o benefício da dúvida para ele.
Cínicas e hipócritas!
Como?
Desde quando isso ocorreu? É só surgir um vestígio de agressão que imediatamente o homem é culpabilizado nas redes sociais sem pena ou restrição!
O silêncio das mulheres não é pelo benefício da dúvida, é que ele, o agressor, é filho dele! Nesse caso, vai um murro na boca de toda a militância! UM HOMEM CALOU A BOCA DE MULHERES AO AGREDIR UMA MULHER!