• search
  • Entrar — Criar Conta

A mensagem do Goldman Sachs

Os juros e a questão do embate entre Banco Central e governo é o tema desse artigo de Gilberto Simões Pires, onde se coloca a incompetência técnica da atual gestão federal.

*Gilberto Simões Pires

[email protected]

GOLDMAN SACHS

Na entrevista que concedeu ao jornal Valor Econômico, publicada na edição de hoje, o diretor de pesquisa macroeconômica para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, afirmou, alto e bom tom, que o Banco Central brasileiro -tem feito um trabalho notável-. Mais: disse que o BC fez um CORRETO POUSO SUAVE DA ECONOMIA, COM CONTROLE DA INFLAÇÃO.

POR TABELA

Ora, a considerar as críticas carregadas de muita imbecilidade, desferidas por Lula e sua imensa turma de puxa-sacos, com destaque para o incompreensível ministro da Fazenda e a insignificante ministra do Planejamento, o diretor de pesquisa do Goldman Sachs disse, sem mencionar nenhum dos estúpidos, o quanto as – nossas autoridades – são incompetentes.

ACERTADÍSSIMO E SUPERRAZOÁVEL

Na entrevista, Alberto Ramos saiu em defesa do BC afirmando que ao manter a taxa Selic elevada por mais tempo -algo implacavelmente criticado pelo governo Lula-, foi -ACERTADÍSSIMO-. A decisão de colocar a política monetária num campo claramente restritivo e GARANTIR essa convergência em um cenário de 18 meses, de 6 a 8 trimestres foi uma decisão SUPERRAZOÁVEL. Muitas das críticas ao BC não procedem. Se a autoridade quisesse colocar a inflação na meta no fim deste ano na marra, teria de ter dado um arrocho de juros acima de 20%-.

A PARTIR DE AGOSTO…

Alberto Ramos disse que o Goldman Sachs já apostava há mais de um ano na redução da taxa a partir de agosto deste ano. “-Continuamos a achar que o BC começa a cortar os juros em agosto e nosso cenário é de uma queda de 25 pontos base. Até pode vir 50 pontos, mas dado que o BC tem enfatizado tanto a questão de ser paciente, que o processo é gradual. Olhando onde está a Selic e a taxa neutra real no Brasil [descontada a inflação], podemos observar que há outros países na América Latina onde a política monetária é mais restritiva porque o neutro em outros países é bem abaixo do que é no Brasil“-.