*Alexsandro Alves
Talvez isso seja bom, eu não sei se é.
Já é antigo, em parte. Na verdade só é antigo porque hoje o que não é presente é dinossauro.
Mas, estou falando do quê?
Eu estou desatualizado, só pode.
É isso.
Os pais não querem ser pais. É mais prático. É menos trabalhoso. E pode ser bobagem para alguns, para a maioria, quem sabe?
Festa de aniversário em loja de shopping? Com toda aquela gente desconhecida gritando, uma confraternização sem motivo aparente. Impessoal demais. Plástico demais, Porcelana demais. Rede social e photoshop demais. E humanidade de menos.
Numa churrascaria? Um bolinho mixuruca, parabéns com pessoas desconhecidas e não convidadas ao lado.
Será que nem para preparar uma festa de aniversário em casa a miséria dos pais prestam mais? E esse menino ou essa menina desconectado do lar? O lar só serve para dormir?
(Recentemente vi em um restaurante: comida caseira, pode isso?)
Bem, eu estava com algumas pessoas no Midway e uma delas tinha uma filhinha, de cerca de cinco anos. Pequenininha.
Os pais entraram em uma loja com ela e saíram sem.
Cadê Sosô? – Perguntei.
Ah, aqui é muito bom! A gente deixa as crianças aqui. É só R$ 100,00! Essas moças são treinadas!
É isso. E isso é uma tristeza.
Eu não deixaria! Qual é o sentido de ser ter um filho e não se divertir com ele? Essas moças são treinadas!
E os pais estão cada vez mais sem noção de suas responsabilidades.
Família líquida?
Há um filme de terror nessa perda das responsabilidades e dos deveres familiares. Será que aquelas crianças mortas, presas dentro de carros, esquecidas, é a face mais aterradora disso? Será que de fato foram esquecidas?