*Diário de Cuba
A Promotoria de Camagüey solicitou a condenação de quatro anos de prisão para a ativista cubana Aniette González por suposto “insulto aos símbolos nacionais”. González, de 43 anos, foi presa em março passado depois de compartilhar em suas redes sociais fotos de seu corpo envolto na bandeira cubana.
A denúncia da petição do procurador foi publicada em suas redes sociais pelo jornalista independente José Luis Tan Estrada após receber uma ligação da ativista do presídio feminino Kilo 5 de Camagüey. Tan também expressou que a bandeira “é de todos” e que González “tudo o que ele fez foi tirar uma foto” com ela.
Também de Camagüey, o jornal digital La Hora de Cuba confirmou o pedido do procurador citando Aniette Ginestá, filha do preso político.
Ginestá disse que Aniette González foi informada na quinta-feira por seu advogado de que o julgamento ocorrerá no início de setembro.
“Não cabe pena de quatro anos para uma mulher que simplesmente fez uso de seus direitos fundamentais à liberdade de opinião, consciência e expressão reconhecidos na própria Constituição da República de Cuba”, opinou Ginestá.
Ao publicar as suas fotografias com a bandeira, González associou-se à iniciativa do artista Luis Manuel Otero Alcántara “A Bandeira é de todos”, uma performance que foi retomada pelo jornalista independente exilado nos Estados Unidos Héctor Valdés Cocho, com o objetivo de chamar a atenção sobre um dos crimes pelos quais o líder do Movimento San Isidro está preso.
Após sua prisão, González passou vários dias na sede da Segurança do Estado na província de Camagüey, até que a Polícia informou a sua família que ele seria transferido para a prisão sob medida cautelar de prisão preventiva.
Em 2019 Otero Alcántara realizou a obra artística ”Drapeau ou 24 horas do mês, a bandeira como minha segunda pele”, na qual reivindicou a bandeira nacional como símbolo de toda uma nação, e não como propriedade exclusiva do Estado totalitário.
O regime não só monopoliza o uso dos símbolos nacionais, como também penaliza qualquer gesto que considere impróprio para com eles com a figura criminosa de “insultar os símbolos nacionais”.