*Franklin Jorge
Candidato ao Senado, o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves terá sido para muitos, dentre os quais me incluo, a mais viva promessa de renovação da política no Rio Grande do Norte. Considerado o ‘’melhor dos Alves’’, pareceu-nos, por algum tempo, capaz de galvanizar a esperança do povo potiguar em sua ânsia de um novo azimute na política; segundo o escritor Antenor Laurentino Ramos um novo Aluizio Alves, embora sem o seu brilho retorico e sem aquele carisma que fez dele a maior liderança da nossa história passada e presente. Alguém que, após 60 anos da memorável campanha que o alçou à condição de Governador do Estado, continua a ser lembrado por muitos como uma espécie de feiticeiro.
Sem os carismas e a fibra do tio, Carlos Eduardo Ganhou, no entanto, a confiança e a simpatia dos natalenses, al criar, em seu primeiro mandato de Deputado Estadual, as Centrais do Cidadão, empreendimento prático que proporcionou um grande e eficiente serviço aos norte-riograndenses, que pela primeira vez em nossa história puderam fazer varias coisas ao mesmo tempo em um único lugar, como tirar carteira de identidade, resolver rapidamente pendencias com o governo, pagar contas, fazer reclamações, sem ter que correr acima e abaixo em busca de solução para seus problemas do dia a dia. Confesso que fiquei empolgado com esse projeto que a governadora Wilma de Faria, anos depois, esvaziou e condenou à morte, certamente por temer em Carlos Eduardo o rival ou obstáculo que ele poderia vir a ser contra a sua ânsia obstinada de poder. Pareceu-me, por isto mesmo, um homem de ação talhado para o exercício gestor.
Percebi com o tempo, porém, que estive enganado. Sobretudo que o grande reacionário Carlos Lacerda, escritor de mérito e tradutor de Júlio Cesar, pela de Shakespeare que o terá inspirado em sua vida política, não se ajustava absolutamente à natureza reservada e passiva do ex-prefeito de Natal. Faltava a Carlos Eduardo a capacidade de antecipar-se aos fatos, de se fazer protagonista e Piloto do Estado, para usar aqui uma expressão muito cara ao autor de Henrique V. prova disto, sua desastrosa omissão durante a Pandemia. Em vez de assumir a defesa do povo norte-riograndense, quedou-se em cima do muro enquanto a governadora comia pipocas, contribuindo, por sua incapacidade de agir, para que centenas de potiguares morressem em desvalia e sem o piedoso aviso, pelo menos, de um toque de finados.
Ao colocar-se sob a proteção da governadora Fátima Bezerra em troca de apoio para a sua candidatura ao Senado da República, Carlos Eduardo, prócer do PDT no Rio Grande do Norte, mostrou a falta de confiança em si e o tamanho de sua fragilidade. Não há mais lugar para tais equívocos. Sobretudo o ex-prefeito de Natal, derrotado em 2018 ao disputar o governo do Estado com a atual governadora, deu ao procurar abrigar-se à sombra de um partido repudiado, sinais de pouca inteligência, num momento em que o Brasil se insurge contra a tirania da PT, que, se as urnas não forem fraudadas em beneficio de candidatos da esquerda, amealhará retumbante derrota nas em outubro próximo. Não há mais tolerância para tiranias socialistas e para políticos que traem o povo.