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A questão é o diploma? (Editorial, 04/08/2023)

Bem-vindos à edição de hoje, sexta-feira, 04 de agosto de 2023, de Navegos, sua revista eletrônica independente, a serviço da informação descentralizada, da crítica e do entretenimento. Boas leituras!

Da Redação

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A questão mais profunda para a inteligência brasileira é a obtenção de diploma.

Quanto mais, melhor! Como um general que coleciona medalhas, a inteligência brasileira coleciona Papers, títulos, publicações. Isso é uma espécie de tara que se desenvolve no ambiente universitário.

E para que serve?

Na prática, para nada. Geralmente são textos repetitivos, com os mesmos autores sendo usados, a mesma metodologia, a mesma ideologia.

Elege-se um objeto de pesquisa inusitado e coloca-se um título estranho, beirando o esnobismo, algo como: A mortadela e a coxinha: relações ideológicas da contemporaneidade na gastronomia popular, pronto, com um título assim, passa em qualquer banca.

Há muito patife, homens e mulheres, portadores de doutorado. Gente que, como papagaio, repete chavões e frases preestabelecidas e posam como intelectuais. O diploma e a pose, no Brasil das universidades, preenchem certos espaços vazios, a saber, os neurônios.

As universidades federais viraram espaço para gente qualquer com ideias estapafúrdias ditas com sorriso cínico diante das câmeras – vejam certas entrevistas de Márcia Tiburi, como exemplo, em que ela fala, praticamente como uma adolescente, sobre a lógica do assalto ou quando fala sobre o ânus, usando uma palavra de duas letras.

Se fomos fazer um mapeamento da inteligência brasileira, veremos que variam entre o nada a dizer ao eterno adolescente. Se o melhor de nossa literatura não está na Academia Brasileira de Letras, o melhor de nossa intelectualidade também não está entre os docentes universitários. São farsas entupidas de discurso marxista, já velho, cansado e muito reciclado.

O advogado Cristiano Zanin tomou posse como membro do Superior Tribunal Federal. E para coroar esse momento, o Brasil descrito acima não poderia faltar. Estão criticando o novo ministro pelo fato dele não ter Papers, títulos acadêmicos e milhões de artigos que ninguém lerá em revistas científicas.

As críticas contra Zanin deveriam ser de maior nível. Sabemos bem. Mas prefere-se criticar bobagens.

Talvez, no caso de nossa mídia, seja um disfarce, de fato não desejam criticar o que deve ser criticado, pois poderia ser um ataque à democracia, então Alexandre de Moraes mandaria prender, bloquear bens, passaporte etc.

Melhor ficar na crítica da falta dos méritos acadêmicos de Zanin. Esse academicismo brasileiro.

Zanin poderia merecer todas as críticas possíveis, mas não pelo fato de não possuir toda essa bagagem de inutilidades que os que posam nos corredores universitários ostentam.

Nessa edição de Navegos, os colunistas e seções (clique nos nomes para ir direto ao artigo): Abraão Gustavo, Percival Puggina, Gerhard Erich Boehme, Marcel van Hattem e Diário de Cuba. Desfrutem.