• search
  • Entrar — Criar Conta

A “Revolução Cubana”, sem qualquer virtude para os cubanos

“No entanto, a ‘revolução cubana’ implementou uma ditadura que destruiu a economia, o tecido social, a cultura nacional, a estrutura física das cidades e vilas da ilha (…)”

*Jorge Hernández Fonseca

[email protected]

 

É estranho – compreendo – associar a palavra “virtude” à chamada “revolução cubana”, mesmo sabendo que esta instaurou uma ditadura à qual sempre faltará tal adjetivo. Contudo, o ideólogo que concebeu um sistema como o cubano, Vladimir Lenin, defendeu a ‘ditadura do proletariado’ como sendo um procedimento cheio de virtudes, porque sempre protegeria o que ele imaginava serem vantagens para a maioria do ‘explorado’ povo, uma vez que impediria o retorno do capitalismo e a continuação da “exploração”.

No entanto, a “revolução cubana” implementou uma ditadura que destruiu a economia, o tecido social, a cultura nacional, a estrutura física das cidades e vilas da ilha, sem poder evitar os males que afirmavam sobre o capitalismo, tais assim como a exploração dos trabalhadores – hoje mais do que nunca – a pobreza, extensiva a todas as classes sociais da ilha, a miséria, crescente devido aos salários muito baixos e um longo etecetera de deterioração cultural, moral e social, como nunca houve antes na história da ilha de Cuba.

Todos os malfeitos são justificados na Cuba dos irmãos Castro como produto do que a ditadura chama de “bloqueio imperialista” dos Estados Unidos. Querem fazer crer que o assassinato por pelotão de fuzilamento de milhares de cubanos fosse produto do “bloqueio” e não da ideologia marxista que apela à eliminação de todos os “inimigos de classe”, isto é, fuzilar quem simplesmente não concorda com o desastre revolucionário. Como se o “bloqueio” fosse o culpado pelo confisco das terras dos camponeses e os poucos que restaram fossem proibidos de vender diretamente os seus produtos agrícolas. Como se a total falta de manutenção das cidades, dos aquedutos, dos aeroportos, dos hospitais, das escolas da cidade e do campo (já não sobrou nenhuma) fosse culpa do “bloqueio”. Simplesmente não há nada de positivo na “revolução cubana”, porque está ligada a um doentio anti-norte-americanismo, que não é nem utilitário nem virtuoso.

Quando um povo decide fazer revolução, está sempre pensando em melhorar. Contudo, na Cuba de Castro não há nenhum sector que possa ser apontado como tendo melhorado, exceto a vida dos “quatro gatos” que lideram o partido comunista cubano. A culpa é sempre do “bloqueio”, que também é culpa da própria “revolução cubana”, que confiscou sem indenização todas as propriedades norte-americanas da ilha, que se tivessem sido compensadas economicamente, não dariam causa ao ’embargo econômico’, que é reação natural ao não pagamento desses bens.

Por tudo o que foi dito acima e pelo desastre económico, social, financeiro, material e moral que significou a implementação da “revolução cubana” na ilha contra o sofrimento do povo cubano, não há razão para a liderança governante de Castro continuar mantendo o poder e o usando indevidamente tendo como resultado opressão e pobreza da sociedade cubana.

 

*O autor, Jorge Hernández Fonseca, é cubano, engenheiro, vive no Brasil e é diretor do site cubalibredigital.com.