*Fernão Lara Mesquita
Citado em artigo de Jordan Peterson, que remete à tradução de discurso recente do ex-chefe da polícia política soviética (NKVD), e presidente eterno da Rússia, Vladimir Putin, publicado no site http://MEMRI.org
“Os advogados do auto-proclamado ‘progresso social’ acreditam que estão empurrando a humanidade para um nível de conscientização novo e melhor. Benza deus, hasteiem-se as bandeiras, toda a força à frente. A única coisa que eu quero lembrar é que não ha nada de novo nisso. Pode ser surpresa para muita gente, mas a Russia já esteve lá. Depois da revolução de 1917 os bolchevistas, confiando nos dogmas de Marx e Engels, também diziam que iam mudar todos os comportamentos e costumes, e não apenas os políticos e econômicos; queriam mudar a própria noção de moralidade e os fundamentos de uma sociedade saudável.
“A destruição de valores solidamente estabelecidos e das relações entre as pessoas até o limite da completa destruição da família (que nós também tivemos), o encorajamento para que as pessoas denunciassem seus entes queridos, tudo isso foi saudado como progresso e, por sinal, foi amplamente festejado pelo mundo afora; estava tão na moda quanto está hoje. E os bolchevistas, nunca é demais lembrar, também eram radicalmente intolerantes com quaisquer opiniões que não fossem as suas próprias.
“Tudo isso deveria vir à nossa mente diante do que estamos vendo hoje. Olhando o que está acontecendo em tantos países do Ocidente fico embasbacado de ver de volta as práticas que eu espero que nós tenhamos abandonado para sempre num passado distante. A luta pela igualdade e contra a discriminação transformou-se numa forma agressiva de dogmatismo que beira o absurdo, quando as obras dos grandes autores do passado, como Shakespeare não podem mais ser ensinadas nas escolas e universidades porque suas ideias passaram a ser condenadas como atrasadas.
“Os clássicos agora são acusados de atraso e ignorância da importância do gênero ou da raça. Hollywood distribui panfletos decretando qual a forma correta de contar uma história e quantos personagens de cada raça e gênero deve haver em cada filme. Tudo isso vai muito mais longe do que foi, lá atras, o Departamento de Agitprop do Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética”.