*Alexsandro Alves
Nas minhas recomendações do You Tube apareceu um vídeo sobre Agnetha Fältskog, um dos aa do ABBA, a loira, provavelmente o primeiro, o último é de Anni-Frid, a ruiva.
O vídeo era sobre a vida de Agnetha fora do ABBA. Falava um pouco da fase em que foi casada com Björn, um dos bb da banda – eram dois casais casados: Agnetha e Björn e Benny e Anni-Frid, antes da dissolução da banda já estavam separados, The winner takes it all fala sobre isso.
Eu lembro que nos comerciais da Sessão da tarde, em 1982, eu tinha sete anos, era exibido o clip dessa música. Mesmo que o filme fosse chato, eu ficava para ouvir a música. E enquanto escrevo esse artigo, o You Tube executa um mix de ABBA – Dancing queen, pausa na escrita.
…
Então, como chega a mim o tédio? (No momento, Knowing me, knowing you) …
Eu quase sempre gosto, por um motivo medonho, de ler comentários em vídeos de flashbacks, aquelas músicas dos anos 70, 60, 50…
Eu sempre encontro as mesmas lamentações:
Pausa. The winner takes it all… É mesmo a música mais maravilhosa das maravilhas dele… Pausa, pausa…
…
Uma música menos conhecida, The day before you came, com ar de musical da Broadway, mas muitas das músicas da banda possuem essa característica.
Então, como chega a mim o tédio? É o talento deles. Do ABBA.
Pois é. Mas não é inveja branca, não… Meu Deus, inveja branca! Rsrsrsrs…
Eu quase sempre gosto, por um motivo medonho, de ler comentários em vídeos de flashbacks, aquelas músicas dos anos 70, 60, 50…
Eu sempre encontro as mesmas lamentações: na minha época as músicas eram melhores, não tinha bunda… ou, a pérola das pérolas: só quem teve infância…
Mas, esse mimimi tem sua razão, infelizmente e é isso que me deixa tedioso.
Take a chance on me…
Está difícil, o tempo é sem misericórdia e não posso culpar quem se refugia no passado…
A cada dia o futuro parece mais sombrio, mas o passado, mesmo as piores partes, vai ficando cada vez mais brilhante – é a nostalgia melancólica de Sally Júpiter que toma conta desses indivíduos. De mim também.
A cultura musical industrial está cada vez mais rameira e cachaceira…
Para qualquer lugar, não há mais melodia que convença apenas por ser melodia. A bunda vem antes, o peitoral vem antes, o boteco vem antes, os seios vêm antes…
Beyoncé é uma negra empoderada, Gusttavo Lima é um macho bolsonarista…
Agnetha apenas tinha talento.
Não havia seios e pernas e dançarinas ou dançarinos em sessão de crossfit no palco.
Lay all your love on me, não conheço essa, mas tem um coro lindo!
S.O.S.!
Interrompo S.O.S. e retorno para Lay all your love on me, é uma das canções com aquela pegada meio Broadway, levemente eloquente, misturada com aquela pose decidida que o melhor pop sempre tem, cheinha, cheinha de colcheias e semicolcheias saltitantes.
Uma imagem pode falar mais do que mil palavras, mas muitas não valem uma sílaba.
22:40, a ração de Enrique e Lupi.
Angeleyes.
…
No meio do mix de ABBA, Forever and ever (Demis Roussos)…
E hoje qualquer miséria canta. Basta ter um bumbum sortudo ou uma comissão de frente campeã; para os homens, é só aumentar o volume…
Esse mundo me dá é desprezo…
Eu deixo Roussos soar…