*Reynivaldo Brito
Somos todos defensores da liberdade de imprensa. É uma premissa básica para qualquer democracia, e a imprensa tem um papel fundamental como crítica e formadora de opinião. Mas, para isto os jornalistas não podem abrir mão da imparcialidade, da isenção das notícias, e analisar os fatos à luz da verdade. Infelizmente, o que vemos atualmente no Brasil é uma imprensa impregnada de ideologia, principalmente de esquerda, seus jornalistas patrulhando como verdadeiros militantes políticos. Aqueles que não rezam na sua cartilha são impiedosamente atacados 24 horas.
Nos meados dos séculos XIX até os finais do XX os interesses eram essencialmente econômicos, e os veículos sempre defenderam seus pontos de vista, mas prezavam a credibilidade como um verdadeiro dogma. Uma linha ténue separava seus interesses e a imparcialidade para que a credibilidade não sofresse abalos. No jornalismo exercido durante a Monarquia e no princípio da República existiam jornais dos dois lados. Já se sabia quando comprava um exemplar a posição daquele veículo. Hoje não. Quase existe uma hegemonia de uma imprensa ideologicamente de esquerda. Distorce propositadamente as matérias, ou sempre procura algum pontinho negativo para supervalorizar em detrimento do conteúdo positivo. Os veículos se transformaram em fábricas de Fake News.
Os desmentidos estão aí diariamente. A produção de Fake News na mídia mainstream concorre em quase igualdade com as Fake News das redes sociais produzidas por militantes de vários viés ideológicos. Um exemplo foi a falsa notícia divulgada por um apresentador de uma nova rede que chegou ao Brasil, e que tem o viés esquerdista em todo o mundo. Noticiou que o Ministro Sérgio Moro fora demitido porque o Presidente havia afastado o Diretor Geral da Polícia Federal. Imediatamente, a Fake News foi replicada em sites simpatizantes da mesma ideologia, inclusive nas edições on line de jornais de todo o Brasil. O desmentido veio com menos de duas horas, em notinhas bem menores, que as bombásticas mentirosas. Lembro quando fui chefe de Reportagem e depois editor geral do jornal A Tarde e exigia dos repórteres a apuração cuidadosa para evitar desmentidos. Assim, a credibilidade não ficava abalada. Jogaram no lixão a necessidade de uma apuração rigorosa, a imparcialidade, a isenção, e em consequência perderam a credibilidade.
Nas redes sociais encontramos as manifestações de indignação da população especialmente contra os grupos de mídia do eixo Rio-São Paulo. Já chegam para entrevistar, por exemplo, um ministro de Estado e, principalmente, o Presidente da República ou uma autoridade qualquer e até uma pessoa humilde com perguntas provocativas ou mesmo dirigidas para captar uma resposta negativa. Muitas destas perguntas nada tem a ver com o propósito daquela coletiva de imprensa ou mesmo do ato público ou do que está ocorrendo. Tudo se exacerbou depois que foram cortadas as vultosas verbas publicitárias durante os 20 anos de governos de esquerda, tendo em vista que a situação financeira do país, não permite, neste momento, tantos investimentos na mídia. Então os proprietários desses veículos partiram para o confronto numa clara tentativa do Governo capitular aos seus interesses, nada republicanos. Até quando?