*Da Redação
Um caso digno de se tornar verbete no Dicionário da corrupção no Brasil, em elaboração pelo jurista e professor da Faculdade de Direito da UFRN, ex-Procurador Federal Regional Edilson Alves de França, tornou-se um dos assuntos mais comentados nos meios jurídicos, jornalísticos e culturais do Rio Grande do Norte nas últimas semanas. A ação, na qual a autora tentou inverter os fatos ao transformar em vilões jornalistas que denunciaram ou repercutiram o fato, como o escritor e jornalista Franklin Jorge, então Editor de Cultura de O Novo Jornal, resultou em um calhamaço de 600 páginas que pode ser consultado na 13ª Vara Cível, está sendo julgado pela juíza Rossana Alzir Diógenes de Macedo após jazer desde 2012 nos escaninhos da justiça que por todos esses anos não conseguiu intimar as partes.
O registro audiovisual da audiência de instrução, gravado dia 22, foi postado na edição de Navegos de 24 de março, tem causado reações que vão da surpresa ao estarrecimento e alguém já descreveu o processo como algo surrealista no qual o rabo morde o cão. Chama a atenção de todos o depoimento da única testemunha de acusação do caso, pedagoga Rejane de Souza, convocada como especialista em jornalismo e na vida e obra da escritora, educadora e proto-feminista Nísia Floresta, resultando sua autoridade do fato de ter nascido no sítio Janipapeiro, naquele município que apesar de reconhecer em juízo a gravidade do fato acabou confessando que fez uso em sala de aula de documentário produzido com fins didáticos que falsifica a realidade histórica . Ao depor, ela se atrapalha ao tentar justificar o injustificável e acaba botando tudo a perder, ao admitir que reconheceu o erro que compromete e expõe a competência e o trabalho da documentarista autora da ação em questão e admite que mesmo assim, depois de constatar que no referido documentário a autora se atrapalha e faz a professora Isabel Gondim passar por ser Nísia Floresta, exibiu o documentário conflituoso para seus alunos e, posteriormente, em um evento público no Teatro Municipal de Parnamirim, voltou exibi-lo sem as devidas e necessárias correções históricas e documentais, delata o pouco zelo da referida pedagoga para com a transmissão de informações corretas e o respeito devido aos alunos do curso de pedagogia da Universidade do Vale do Acaraú-UVA da qual é titular, apesar de comprovadamente inepta e despreparada para o desempenho da função que aparentemente requereria mais preparo de sua parte para não prejudicar os discentes.
O fato foi denunciado em 2012 pelo jornalista Yuno Silva, repórter cultural do matutino Tribuna do Norte que ouviu o denunciante da fraude, professor Luís Carlos Freire e a suposta autoridade no assunto, sra Rejane de Souza, que em juízo negou ter dado a entrevista, insinuando que o jornalista teria forjado seu depoimento e o publicado usando ”aspas”‘, que em jornalismo e em estudos de literatura significa que o autor se limitou a transcrever declarações, fato que a pedagoga em questão ignora. Tal depoimento, aparentemente desconexo e sem base na verdade dos fatos, foi repercutido por vários outros jornalistas e blogueiros locais, dentre os quais o escritor e jornalista Franklin Jorge, então Editor de Cultura d´O Novo Jornal, função que ocupou atendendo a um convite do jornalista Cassiano Arruda Câmara. Na ocasião a autora do documentário custeado com recursos do contribuinte foi obrigada a refazê-lo, por exigência da Capitania das Artes, para abafar o escândalo que é, no âmbito da cultura potiguar, o maior de todos depois do Foliaduto, que fez a Isabel Gondim passar por Nísia Floresta, tem o número 0122691-642012.8.20.0001e pode ser lido e consultado por qualquer pessoa que queira se informar sobre a verdade dos fatos.
Embora a autora da ação, psicóloga e advogada pernambucana Marieta Maia, alegando desgaste emocional tenha conseguido censurar os textos que revelam a origem da denúncia, excluídos a pedido da documentarista e parte autora da ação especiosa, podem ser consultados, lidos e apreciados com atenção e cuidado pelo link https://drive.google.com/drive/folders/1aZ7VFZYWjRiHBgkci-C7wb8oZKunLt?usp=sharing, por generosidade e espírito democrático da juíza do caso.
Tal processo refere-se à produção de documentário questionado em seu lançamento por estudiosos e admiradores da vida e da obra da educadora, escritora e proto-feminista Nísia Floresta, constitui no gênero, depois do famoso escândalo do Foliaduto, no qual o procurador do estado e escritor François Silvestre usou recursos da cultura provenientes da Fundação José Augusto, da qual era o diretor geral, para pagar shows que animaram comícios da ex-governadora Wilma de Faria. Este caso, porém, parece ser ainda mais grave aos olhos de alguns juristas que se inteiraram dos fatos. Entra,, portanto, para os anais jurídicos e culturais do RN neste tempo confuso que transforma a mentira em verdade e a verdade em mentira.
Na última quarta-feira, 24, ao divulgar em suas páginas o audiovisual da audiência digital de instrução, Navegos teve sua audiência otimizada e já contabiliza quase 150 mil seguidores que parecem ter despertado para o fato de que corrupção e falsidade ideológica também são cultura.