*Franklin Jorge
O ex-prefeito Carlos Eduardo Alves é o perfeito exemplo de político desprovido de senso de oportunidade, além de incapaz de avaliar com precisão a circunstância. Podia ter-se tornado uma grande liderança para além dos limites geográficos da capital do estado, ocupando o vazio deixado há anos por seu tio, Aluizio Alves. Mas, estranhamente, talvez por comodismo ou dificuldade de compreender e interpretar a história, escolheu ser liderado a liderar. Em resumo, falta-lhe a principal virtude do político: a capacidade de ação.
Como deputado estadual seu grande tour de force terá sido a criação das Centrais do Cidadão, projeto meritório adotado pelo governador Garibaldi Alves, seu primo, aliás, uma das poucas coisas positivas de seu governo. Alavancou o nome de Carlos Eduardo e nos fez acreditar que estávamos enfim diante de uma liderança emergente capaz de, num futuro próximo que se foi distanciando, dar ao Rio Grande do Norte novas opções e esperança de melhores dias através de ações, de fato, conectadas com os anseios populares.
Mas, não. Era tudo fogo de palha: o jovem político que admirava Carlos Lacerda e procurava pautar-se por novas perspectivas estratégicas, logo deu chabu ao trocar o parlamento pela administração pública. Mostrou-se, então, um político de folego curto, manietado por um temor que dir-se-ia analogicamente feminino, justamente quando as mulheres já dão as cartas na política do estado.
Colecionando um erro atrás do outro, parece ter chegado finalmente ao limite de suas possibilidades. Tornou-se Carlos Eduardo, após uma enfieira de ações equivocadas, um redundante fracasso em busca da benevolência da governadora Fátima Bezerra em cujas mãos depositou seu futuro. Somente ela, e mais ninguém, pensa ele em seu pauperismo analítico e interpretativo, poderá dar-lhe uma vergonhosa sobrevida.