*Nadja Lira
Fazendo uma atualização na minha agenda telefônica, cheguei à seguinte conclusão: Tenho muitas amizades masculinas, fato que contraria uma afirmação que escuto desde os meus tempos de menina – a de que não pode existir amizade sincera entre homens e mulheres. Verificando a quantidade de nomes masculinos que figuram na minha lista de amigos, não pude conter o riso, ao ver que esta afirmação é mais uma das enganações que nos impõem ao longo da vida.
A ciência já provou que nada pode ser mais benéfico a uma pessoa, do que a presença de amigos em sua vida. Estudos realizados pela Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, asseguram que as amizades contribuem para nos mantermos mais protegidos contra doenças e que as pessoas solitárias têm maior tendência a desenvolverem distúrbios psicológicos, tais como estresse, ansiedade e até o mal de Alzheimer.
Enterrando de vez a teoria de que homens e mulheres não podem ser amigos, eu conservo uma boa parte dos meus amigos de infância já que, quando somos crianças não fazemos distinção entre nossas amizades. Desse modo, conservo a amizade dos meninos da família Rafael de Freitas e da família Torquato, ao longo dos anos. Posso afirmar, sem medo de errar, que Robão e Gabinha são até hoje, os maiores e melhores amigos com os quais a vida me presenteou.
Da época da adolescência, conservo a lembrança de alguns amigos que partiram para a eternidade, como Toinho, filho de dona Saturnina e presidente do grêmio da escola na qual eu estudava em Baixa-Verde. De Toinho conservo a lembrança do seu dinamismo, sua liderança e do seu poder de organização. Também recordo com muita saudade, das brincadeiras de Ataliba, que não deixava ninguém sério quando ele estava por perto.
A vida ainda me presenteou com outros amigos, que mesmo distantes, guardo suas lembranças no meu coração como é o caso de Humberto de Souza, Joaquim, Aniceto, Carlinhos (de Bi), e Dedé (d´O Alerta). Com estes amigos que não encontro sempre, mas mantenho contato através das Redes Sociais.
Outros amigos queridos da época da UFRN e vida profissional, partiram para a Eternidade e o que me resta é rezar por eles, já que dividimos muita coisa enquanto estivemos juntos neste Mundo Sensível. Dentre estes destaco Carlão (da Tribuna), meu colega da turma de Jornalismo e Marcos Ottoni com quem trabalhei na redação do Jornal de Natal.
Carlão foi um dos grandes incentivadores quando comecei a ensinar na Rede Pública, uma vez que divulgava os projetos que eu desenvolvo na sala de aula, para formar alunos leitores e escritores. Ainda do curso de Jornalismo, destaco os nomes de Vanilson e Joanilson Julião, que me deram caronas durante boa parte da nossa vida universitária.
Perdi o contato com Wellington Barbosa e Jacó. Mas ainda mantenho contato pelas Redes Sociais com João Lima, Tico Bala, Chagas, Magnus Nascimento, Héracles Dantas, João Ricardo e Ivo Freire.
Também não posso esquecer os professores e os amigos da minha turma de Filosofia, da FAHS, onde eu era a única figura feminina. Quanta saudade e quanta lembrança boa conservo das nossas partilhas: Tanto na hora do lanche, como no aprendizado. Com esta turma, a amizade foi fincada em bases tão sólidas, que periodicamente a gente se encontra para discutir um tema relacionado com a Filosofia. Estes encontros, organizados pelo querido amigo Anjelo, conta com o olhar criterioso dos professores Túlio Sales e Gilberto Oliveira.
Ao rever o nome dos meus colegas seminaristas, hoje todos Padres e assumindo o trabalho paroquial pelas Igrejas do RN, sinto o quanto sou abençoada por suas amizades e suas orações. Desta turma não posso deixar de destacar a figura do grande pensador Guto de Castro – um irmão que a vida me deu. A quantidade de nomes é grande, por essa razão não dá para escrever todos. Mas eles sabem o quanto são importantes para mim.
Ainda existem alguns professores inesquecíveis, com os quais mantenho contato através do WhatsApp, Facebook e Instagram: Thiago Lucena e Thyego Franklin. Sem contar meu irmão e professor de vida: Franklin Jorge, com quem compartilho experiências fenomenais acerca da arte de escrever, cultura, poesia e política. Cada encontro nosso é uma riqueza de aprendizagem.
E se alguém pensa que os homens da família não podem ser nossos amigos, lamento contrariar sua crença. Meu cunhado José Linhares figura entre meus amigos mais especiais. Cada encontro com ele é, além de prazeroso, proveitoso e divertido. Por ser um homem voltado para as descobertas científicas, fico inteirada destas novidades e ainda dou boas gargalhadas, porque ele é um sujeito profundamente espirituoso.
Portanto, se alguém ainda tiver a petulância de dizer que homens e mulheres não podem ser amigos, vou rir até não poder. Afinal, eu sou a prova viva que esta é uma mentira descomunal. A quantidade de nomes masculinos que figura na minha agenda telefônica não me deixa mentir.