*Nadja Lira
Pertenço à uma família que sempre valorizou muito as amizades e, por isto, os amigos formados no tempo dos meus avós continuaram mantendo vínculos por várias décadas e ainda são passadas de uma geração para outra. É assim com a família de Robson Rafael e a família Torquato, por exemplo, cuja amizade teve início através de nossos avós e permanece entre nós através dos filhos e netos que foram surgindo com o passar dos anos. Posso afirmar que estas famílias são parte da minha, sem medo de errar.
Considero os amigos como seres muito importantes na minha vida, de modo que procuro conservá-los com carinho, tomando cuidado e preservando uma boa parte dos meus amigos de infância, até os dias atuais. É claro que a vida se encarrega de levar para longe, uma boa parte dos amigos que nos são muito queridos.
A luta travada por todos na conquista dos seus sonhos, acaba por nos distanciar de pessoas queridas, mas isto não significa que a distância possa acabar com uma amizade sincera, forjada no respeito e na confiança, ao longo de muitos anos. Os amigos tornam a vida menos árida, menos tediosa e menos difícil.
Os especialistas afirmam que os amigos contribuem para melhorar nossa qualidade de vida. A companhia dos amigos aumenta os níveis de ocitocina – hormônio que estimula a sociabilidade, facilita a formação de laços de amizade, o estreitamento de ligações sentimentais, melhora o humor e reduz a ansiedade. Portanto, está provado cientificamente, o quanto é saudável manter uma boa amizade.
Estudiosos da Universidade de Harvard asseguram, depois de 75 anos de pesquisas, que nada melhor do que os amigos para melhorar a saúde das pessoas. Os estudiosos também descobriram que a companhia dos amigos pode aumentar a capacidade imunológica do organismo humano, reduzindo, desse modo, a possibilidade de adoecimento.
Eu penso que nem precisa ser especialista para saber, que nada pode ser melhor do que estar na companhia de amigos. Tomar café no shopping, almoçar ou simplesmente comer um caranguejo na praia na companhia dos amigos, contribui para reduzir o nível de estresse e nos faz esquecer os problemas impostos pela dureza da vida. Nada pode ser mais prazeroso do que estar com os amigos, contar e ouvir piada, jogar conversa fora e dar boas gargalhadas.
Ao mesmo tempo em que, para a minha geração é importante fazer e conservar as amizades, esta Geração Polegar, mais afeita ao mundo virtual, não dá o menor valor às amizades, preferindo viver conectada à tela de um computador ou de um telefone celular, enquanto a vida corre lá fora.
Não é raro ver um grupo de pessoas sentadas à mesa de um bar ou de um restaurante, sem que haja o menor resquício de interação entre elas. As pessoas estão cada vez mais interessadas naquilo que ocorre no mundo virtual, esquecendo o que ocorre à sua própria volta e esquecendo o quanto é saudável uma conversa ao vivo e em cores, em tempo real, com olho no olho.
A tecnologia aliada à correria para cumprir todos os compromissos exigidos pela vida moderna, está criando um distanciamento enorme entre as pessoas. Muitas, estão perto, mas preferem conversar através da tela de seus smartphones, esquecendo o poder curativo que pode haver em um abraço. Outras preferem enviar uma mensagem de texto, a travar uma conversa com um amigo.
É inegável as facilidades que as novas tecnologias trouxeram para o mundo moderno. Porém, não podemos permitir que elas ocupem o lugar das pessoas nas nossas vidas. Uma mensagem gravada jamais vai substituir a importância de se receber uma ligação telefônica e ouvir do outro da linha, a voz de uma pessoa querida e que tem grande importância na nossa vida.