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Amores fascistas

A escalada fascista do Partido dos Trabalhadores não consegue mais ser tão silenciosa. Estão já contando vitória?

*Alexsandro Alves

[email protected]

 

I.

Ontem eu estava em uma padaria e notei que os quadros que a decoravam eram quebra-cabeças montados exaustivamente a partir de peças minúsculas que se encaixavam e formavam a imagem.

Vendo de longe a imagem não possuía rupturas. Mas à medida que me aproximava delas, as rupturas eram cada vez mais evidentes.

Não raro, a realidade se apresenta assim, sem quebras, perfeita, como um grande consenso popular.

Todo o consenso é ideológico. Onde não há contradição, o real se apresenta sempre como um píncaro azulado, preenchido com as cores da felicidade e do amor.

E o amor é o consenso mais perigoso. É pelo amor que os atos mais sórdidos são executados. Mas o amor consegue dar um tom rosa ao ato mais funesto! É a arma mais perigosa do mundo!

Desconfia sempre de quem te ama!

Porque o amor é a visão à distância de um quebra-cabeças. Contra o amor, o pensamento crítico.

 

II.

Porque o que vemos nunca é a imagem integral: na cena política, um detalhe consegue esconder o todo.

Basta que esse detalhe seja replicado incessantemente, ele se torna a definição do todo.

Hoje, no Brasil, o amor, personificado na ideologia de um partido político, fez as pazes com a mídia e com o judiciário, que dantes o perseguia.

Afinal, como se explica que as declarações antissemitas de Genoíno e do Presidente Lula, e as agressões físicas e morais violentíssimas do deputado Mineiro a um cidadão potiguar, não estejam alardeadas na mídia como o que de fato são: o fascismo desmascarado do Partido dos Trabalhadores?

O amor, mais uma vez ideológico, portanto falso e manipulador, foi apropriado por esse partido como um símbolo que o diferencia de seu principal inimigo, Bolsonaro.

Porém, vamos esquecer o amor e parar para pensar, vamos ver o quadro mais de perto.

 

III.

E se um aliado de Bolsonaro tivesse sugerido o boicote a estabelecimentos comerciais de judeus?

E se Bolsonaro tivesse diminuído e relativizado, em uma fala desastrosa, o Holocausto?

E se um deputado bolsonarista tivesse agredido fisicamente e moralmente, de forma violenta, um cidadão em um aeroporto?

O amor é tão perverso que consegue fazer o pau que bate em Chico não bater em Francisco!

Por essas e outras, afirmo que o Partido dos Trabalhadores é um partido fascista. As ideias de Genoíno, as falas de Lula, a violência política de Mineiro, são fascistas. O que falta mais para que esse partido seja cassado e seus líderes encarcerados?

O amor cega! Mas vamos parar para pensar, o intelecto ilumina!