*Franklin Jorge
Como ia dizendo, em gratidão por ter sido convidado a participar do Grupo Guaporé, em minha primeira e última reunião online com os seus jntegrantes – – liderados pelo artista naïf Francisco Vilela, quis marcar esse acontecimento contribuindo para maior grandeza da cultura da terra onde vi a luz pela primeira vez, sugerindo que nos uníssemos na formatação e realização de um evento que, pr sua grandeza e seriedade, pudesse ultrapassar os limites geográficos do município que no passado doou grandes nomes à Cultura Literária.
A ideia foi bem acolhida e aplaudida por todos: discutirmos e fomentarmos a realização de um salão de arte no Ceará-Mirim. Contudo, de repente, para meu desgosto, surgiu uma voz açodada e deletéria que, sem me deixar concluir o que propunha em benefício de todos e da cultura da nossa cidade e projeção dos artistas locais, lançou intempestiva e abusivamente o nome de um cupincha seu para presidir o evento. Presente no ato, ele nos ouviu calado o tempo todo, sem tomar partido, sem protestar nem acusar a inoportunidade da precipitação arlética. Certamente preferiu, pelo silêncio, compactuar com a indicação dessa despreparada que botava os bois adiante da carroça, o que me fez desacreditar da seriedade do grupo e naquele momento decidi, na lata, dele afastar-me.
O mesmo sujeito, não seria demais lembrar aqui, recentemente lambeu os colhões ensebados do presidente da Academia de Letras, cobrindo-o a propósito de nada de elogios infundados, por méritos que Diógenes não tem. Sentiu-se tocado pela mosca azul e preferiu fazer ouvidos de mercador diante de proposta tão indecente. Assumir a presidência de um salão que não passava de uma ideia bem intencionada, mais nada, embora pudesse vir a se transformar com trabalho e tirocínio em realidade sem dúvida fecunda e para todos proveitosa. Senti-me, assim, como que assaltado à queima-roupa pela arletice de uma mulher intelectualmente desonesta que, sem nenhum decoro nem cometimento, passou por cima de minha proposta – de peixeira na mão -, confundindo-me com sua cretinice, a mim, que apenas pedira licença para expor e apresentar uma sugestão, sem pleitear de antemão nenhum cargo nem função, senão a de servir com desinteressadamente à minha terra natal. Curioso é que o tal “artista” unilateralmente eleito para presidir salão em perspectiva, nunca pensou, desde que passou a morar na cidade, em fazer concretamente algo pela cultura e pelos artistas de Ceará-Mirim!
Nem mesmo usara de seu discutível prestígio para levar ao conhecimento da imprensa e das instituições o vandalismo consentido que transformou a casa-grande do Guaporé, desde 2017 ate o presente, em uma ruína que depõe e acusa sua cumplicidade com autoridades locais que consentiram com a depredação de um patrimônio histórico e cultura relevante. Ora, não foi por denúncia sua que soubemos que um dos mais importantes exemplares arquitetônicos de época, a casa-grande do Engenho Guaporé, estava sendo vandalizada. por quatro ou cinco anos ele se calou e mesmo agora, depois que esta revista deu visibilidade ao caso, manifestou-se, preferindo calar-se, mesmo quando o fato já se tornara objeto de escândalo nos meios culturais do estado e do país, tamanha a repercussão da denúncia feita por Navegos que obrigou até a imprensa local a se manifestar.
Quem me conhece de perto sabe que não é de meu feitio pleitear cargos nem reconhecimento. Cultivo o hábito já velho de 70 anos de oferecer aos outros ideias que fujam da mesmice, sem esperar retribuição nem tapinhas nas costas; ideias e projetos em beneficio de todos e não apenas de uma pessoa somente. ao contrário de outros, não tenho essa vaidade de querer ser porta-bandeira de alguma coisa, nem a pretensão de ser reconhecido senão como escritor que aspiro ser desde a minha mais remota juventude, embora tenha criado em 1969 um grupo de teatro no Assú que movimentou a cidade com o Teatro de Amadores Literários, TAL, fato que seria documentado e registrado posteriormente em livro de Francisco Amorim, História do Teatro no Assú [Edição do Serviço Nacional de Teatro, Rio de Janeiro, 1972]. Tinha então apenas 17 anos e já me empenhava em engrandecer a Cultura Potiguar através a encenação de peças e de leituras dramáticas na sede da Maçonaria à Rua de São João, ´peças de Maria Clara Machado, de Ionesco, João Cabral de Melo Neto, Paul Claudel, Ibsen, T.S. Eliot , William Butler Yeats, Friedrich Dürrematt e Plínio Marcos, popularizando entre os jovens de minha geração, numa Assú inóspita e falsa amiga da cultura, grandes oras do Teatro Moderno.
Ainda intentei nesse contato virtual mostrar a precipitação e a arletice de semelhante criatura, que pelo seu autoritarismo e má-educação cheguei me fez pensar até que, por sua falta de noção, pudesse ser além de usurpadora de ideias alheias, uma militante petista esquerdopata e, como tal, afoita e afeita a passar por cima de todos de maneira vontadosa e mesquinha. Não sei se o é, mas pareceu-me ser por sua arrogância, alienação e despreparo intelectual. Reagi com firmeza mas educadamente, porém ela taxou-me de autoritário e quis dar-me lição de moral, deixando-me confundido, porque de fato quem agiu com autoritarismo e impertinência desabusada teria sido essa tal de Arlete que se diz pintora, a quem pedi humildemente que pudesse oferecer-me lições de democracia.
Enfim, para não ter de conviver com criatura tão grosseira, desabrida e sem classe, retirei-me do grupo para evitar constrangimentos aos demais membros e a mim mesmo, que só polemizo quando não há outro recurso.
E, sem mais, tendo escapado de tal megera e de desperdiçar meu tempo com arletices autoritárias e suburbanas, encerro por aqui estas palavras de pesar pelo mau fado da cultura no Ceará-Mirim.