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As belezas da terceira idade

Fundador de Navegos desnuda a vida quando esta cai dos ossos e nos mostra que ela em nada é melhor.

*Franklin Jorge

[email protected]

 

A Aposentadoria não me parece a melhor idade, segundo todos que gostam de se deixar enganar por qualquer marketing que mascare o desgosto de encarar as vicissitudes da velhice irremediável e medonha.

Não glamourizo a velhice nem a detrato, embora me aborreça pelo nenhum respeito ou consideração pelo idoso. Começa o problema no Sistema de Tráfego Urbano, que ignora ou hostiliza o velho. Afortunado por não dirigir e não pleitear nada nem ter ilusões, desde que Sófocles me fez ver tudo claro pela boca de Tirésias, Patrono dos Adivinhos, ao reagir a Laio que queria obriga-lo à força elucidar a origem da maldição que o perseguia. Quis o Rei, esbofetear o Adivinho que não cedia à violência nem atendia à exigência de seu Soberano. Fatalmente, tudo acontecerá segundo a Tradição, disse-me Lisa [Luísa Mercedes Levinson, 1914-1986], que me encorajava a espreitar os milagres que ocorrem à nossa volta, sem que os percebamos.

Não há em Natal, além dos shoppings, um local onde possam ficar, sossegados quase, à fresca. Entre parentes e amigos, sentados, vendo a vida passar às pressas ou com pachorra dos que usam o celular e caminham ao mesmo tempo, por esses corredores.

Ia dizer alguma coisa sobre a velhice, mas esqueci…