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As más escolhas do ‘Camarada Carlos’

Fundador de Navegos deplora o fim de um político que teve tudo para se tornar uma grande liderança e preferiu deixar-se liderar a liderar o Rio Grande do Norte

*Franklin Jorge

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Carlos Eduardo, que a todos nós parecia o melhor dos Alves e justamente aquele capaz de tornar-se de fato uma liderança capaz de representar o Rio Grande do Norte, tornou-se, por sua falta de visão e incapacidade estratégica, em objeto de lástima para uns e de chacota para outros que zombam da artificialidade de seu socialismo que o tem inclinado a deitar-se à sombra do PT a comer na mão de quem está moral e circunstancialmente muito abaixo de seus méritos.

De fato, poucos como ele puderam contar com oportunidades tão promissoras, malbaratadas a um tempo pela teimosia e incapacidade de perceber as mudanças que passaram debaixo de seu nariz e das quais, por comodismo ou falta de discernimento, não foi capaz de tirar proveito.

Creio que dentre suas faltas avulta sua renúncia à Prefeitura de Natal em 2018, para disputar o Governo do Estado, abrindo assim as portas do galinheiro para o esperto e pragmático ex-prefeito de Caicó. É verdade que ele ainda intentou botar-lhe um freio ao impor a Álvaro Dias, como companheira de chapa, uma figura completamente apagada, sem história e sem carisma, cujo único mérito resultaria do parentesco com a sua mulher. Mais uma jogada que deu em nada: a vice-prefeita de Natal é, do ponto de vista político e estratégico, uma nulidade anônima e sem voz.

Dotado de um extraordinário talento para se cercar de gente medíocre e acomodada, desde que perdeu o pai, Agnelo Alves, Carlos Eduardo tem solapado o seu futuro na política das formas maias criativas e diversas, resultando disto, talvez, seu único talento: comprometer-se com o que não tem futuro e o secretario de cultura e imortal da nossa Academia de Letras, Dácio Tavares Galvão, incapaz de ganhar para vereador em Tibau do Sul, mostrou-se capaz tão-somente, até agora, de falir a Flipipa – feira de literatura que urdiu em parceria com a senatriz Cãindinha Bezerra, acabou adernando na praia sob o peso da falta de novidade e da repetitividade enfadonha e provinciana.

Incapaz de montar a manada de cavalos selados que passaram diante de si, no intervalo de ociosidade que se conta desde 2019 até os dias presentes, preferiu quedar-se em cima do muro, vendo passar a banda lenta, quase parando, regida pelo governo fajuto e inoperante da petista Fatima Bezerra, sem emitir nenhuma reação em defesa do espoliado povo potiguar. Sempre cortejando o que há de pior na política potiguar, sancionou com o seu silencio a mediocridade de um governo meramente midiático que coroa uma cultura de governantes despreparados e sem projetos.

Dele esperávamos todos que levantasse sua voz em defesa do Rio Grande do Norte, como crítico de um governo de pipoqueira midiática quem em quase quatro anos não deu uma dentro. Nem mesmo foi capaz de aproveitar a pandemia em causa própria, ou seja, assumindo a defesa do nosso povo que morreu como abelhas por despreparo e inação de um governo que aproveitou a desgraça de muitos para com a cumplicidade de outros governadores do Nordeste desviar recursos federais destinados à compra de respiradouros; dinheiro que em parte caiu na conta de um fabricante de maconha.

Creio que esta eleição será a última pá de cal jogada sobre o futuro do ‘Camarada Carlos’ na política. Que descanse em paz!

Na foto, Carlos Eduardo em companhia de Nilton Figueiredo, ex-prefeito de Pau dos Ferros condenado por corrupção, agraciado com tornozeleira eletrônica no dia seguinte ao fatídico jantar.