*Alexsandro Alves
A grandiosidade do Instituto Brennand tem início antes do castelo. Para se chegar a ele devemos percorrer mais de um quilômetro de palmeiras imperiais. É como uma jornada por um bosque em busca de tesouros.
Estes tesouros nos advêm em forma de contemplação estética e contato com a natureza a uma só vez. Lugar único, portanto.
Um dia apenas é pouco.
Ser saudado pelo Davi e pelo Pensador me trouxeram algumas questões.
Quando o jovem Michelangelo aceitou concluir a obra, que havia sido deixada inacabada por Agostino de Duccio e Antonio Rossellino décadas antes, seu espírito confrontava a ideia da mortalidade do homem.
E assim, seu Davi não é sobre a luta com Golias. Mesmo porque o momento esculpido é o exatamente anterior. Essa escultura é sobre como e onde o homem é perene.
O Pensador, de Rodin, que diferente da escultura italiana não é uma cópia, está assentada exatamente ao lado desta, apenas alguns metros a separam.
Davi observa o mundo completo de afirmações. Seu rosto, de expressão firme, decidida, porém, e não apenas pelo branco do mármore, clara, transmite também tranquila certeza e esperança. Embora esteja tenso, como demonstram suas veias que saltam de suas mãos, pés e pescoço, a escultura inteira parece que nos sorri graciosamente.
Davi é ação.
O Pensador medita. Ele está esplendorosamente nu, assim como seu companheiro renascentista. Mas ele medita às portas do Inferno, lugar de nenhuma esperança.
Essas dicotomias que Brennand sugere na entrada de seu museu são momentos de filosófica introspecção.
Mais sobre o Instituto Brennand aqui, aqui e aqui. Abaixo, fotos das esculturas.