*Da Redação
Está aberta à visitação no Bardallos, uma casa que tem em seu cardápio comida e arte à Rua Goncalves Ledo 678, no Centro Histórico de Natal, uma série de obras produzidas por um dos mais talentosos representantes de sua geração.
Artista dotado de múltiplos talentos, Pedro Balduíno produz desenhos e pinturas em forma de ilustrações. Mas de vez em quando escrevo e também ilustro livros (meus e de outros autores), informa. E uma vez perdida, se mete na enorme e satisfatória encrenca que é fazer filmes independentes.
Insatisfeito e inquieto, começou sua carreira aos catorze anos pintando e vendendo quadros em feiras de arte no Museu Histórico de Duque de Caxias/RJ. Em 2015, se formou no curso de Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte e publicou Os Mongos Estão Levando as Nossas Coisas (Editora Fortunella), seu primeiro livro infanto-juvenil que co-escreveu com seu irmão, o autor e músico Daniel Balduino. Desde então, vem solidificando sua produção em ilustração editorial, capas de livros e pesquisa em literatura ilustrada.
Foi aluno de mestres das Artes como a escritora e ilustradora Ângela Lago (1945-2017), o pesquisador de Cinema e Quadrinhos Moacy Cirne, o roteirista Hilton Lacerda e o pintor Vicente Vitoriano.
Atualmente, mora em Natal/RN e é completamente aficionado por tortas de limão.
Entrevista:
O que o levou a dedicar-se às artes visuais?
– Fui criado numa família de professoras e artesãs, pessoas atentas aos meus processos e talentos desde cedo. Já aos 10 anos de idade fazia cursos de desenho e pintura então o processo de me ver artista como profissão foi bastante natural.
As instituições locais asseguram aos artistas condições mínimas de trabalho e investimento? Quais?
– É possível ver dentro dos últimos dez anos uma movimentação cultural em leve ebulição, muitas iniciativas privadas e públicas de incentivo às Artes Visuais e outras linguagens do setor de Cultura. Ainda é muito longe do que pode se considerar condições mínimas, na prática, todo trabalho com arte aqui é feito “na guerrilha”, é um progresso a passos lentos que ainda existe graças ao valoroso esforço do ativismo cultural local que se renova e se adapta. As instituições em si, ainda são muito atrasadas no contexto de Arte Contemporânea, e as condições ainda muito distantes das mínimas para se trabalhar
Há um mercaod de arte em Natal?
– Há sim, definitivamente. É um mercado cada vez mais expressivo, marcado por uma atuação ainda informal, com peculiaridade de cidade pequena. Os espaços culturais que movimentam um mercado de compra e venda de obras de arte acabam sendo os sebos, os bares, os colecionadores particulares. No contexto de arte contemporânea, falta ainda um mercado que se solidifique através da mediação de galerias, museus e pinacotecas. Há muito trabalho a ser feito antes de vermos algum resultado desta solidificação é os mediadores precisam de uma severa manutenção e incentivo para pleno funcionamento. Enquanto isso, na informalidade, é um mercado de arte emergente.