*Franklin Jorge
O blogueiro Gustavo Negreiros tem se mostrado frequentemente ambíguo e tendencioso em seus comentários acerca de questões que lhe exigem clareza e não contemporização ou conivência sobretudo para com aqueles que odeiam animais ou os trata com desprezo e perversidade.
Morde e assopra ao mesmo tempo, a revelar um nível de comprometimento seletivo que antes não era claramente perceptível em seus primeiros intentos jornalísticos. Cheguei mesmo a admirá-lo e a cair em sua lábia maliciosa que o transformou, até, em garoto propaganda de quitandas, quando devia estar pelejando pelos interesses da sociedade e não para amealhar alguns trocados.
Por último, tornou-se porta-voz e defensor do ministro Rogério Marinho, que se torna a cada dia mais poderoso no círculo mais íntimo do presidente Jair Bolsonaro e se credencia como futuro governador do RN. Uma verdadeira mão-na-roda como serviçal do poder, passando de blogueiro instantâneo a valete de chambre de ministro saca-rolha.
Seus comentários recentes acerca da escandalosa denúncia contra ideologização racista praticada por alguns professores esquerdo-petistas no Colégio Marista, em Natal, mostra uma leniência cautelosa e uma benevolência suspeitosa que nos faz descrer do seu jornalismo-sonrisal que nos induz ao engano e, agora, por último, contrapõe crianças e animais de estimação, como se a rosca tivesse alguma coisa a ver com a cueca. Desvalorizando estes sem considerar que a falha, se houve de fato, deve ser creditada aos legisladores, aos animais, a ser ver, da maneira equivocada, salvaguardados por lei injusta em detrimento de crianças igualmente indefesas e sujeitas à perversidade dos homens e a fraqueza das leis.
Ora, que culpa têm os animais se a lei é branda e tolera a violência contra crianças enquanto pune, dura mas de maneira justa, aqueles que ferem e maltratam os animais igualmente vulneráveis e indefesos? Por que essa discriminação em favor de e em detrimento de outros, se ambos, animais e crianças, têm uma grande confiança na vida? Para defender crianças de leis brandas não convém nem parece decente acossar animais indefesos. Isto expõe claramente sua natureza desumana e preconceituosa.
Não consta que os animais e as crianças tenham feito alguma espécie de lobby em sua defesa. Assim não vale criminalizar uns em defesa de outros, se ambos são vítimas do homem, de homens que, como Gustavo Negreiros, não enxergam a nua e crua realidade. Que fazer se a cada dia o ser humano decente prefere os animais ao homem?