*Franklin Jorge
Natal, como endereço turístico, seria uma boa piada se tivesse alguma graça. Mas não. Governo após governo, todos se assemelham no desprezo ou no equívoco ao dispensar-lhe nenhuma atenção. Justamente num segmento que, se bem explorado, constituiria uma das maiores fontes de renda para a cidade.
Um exemplo disto é o menosprezo dos governantes em relação à Secretaria de Turismo e à Emproturn, seja pelo município seja pelo governo do estado, instituições que a rigor não passam de cabides de emprego. Nada mais. O turismo passa longe delas. Faltam-lhes investimentos e planejamento a curto, médio e longo prazos. Ou seja, faltam-lhes políticas públicas e vontade dos governantes para dar a volta por cima e mudar o rumo das coisas que se estratificaram pela inexistência de ações.
O caso da Secretaria Municipal de Turismo é exemplar da falta de visão e despreparo dos governantes que preferem mais do mesmo, sem se darem conta que o mundo mudou. Que o presente não é senão o futuro que chegou sem se fazer notar, contrariando o hábito e expondo o despreparo de cada um e o seu comprometimento com o chamado “trade turístico”, a exemplo do que ocorre com a máfia do transporte urbano, que mandam e desmandam na Prefeitura e no Governo do Estado.
Sem dispor de recursos e gente qualificada, capazes de articular políticas sérias e efetivas, não tem nenhuma serventia. Na verdade, não tem função nem serve ao turismo, engolida que foi pela Funcarte/Secretaria Municipal de Cultura, que açambarcaram tudo, seus objetivos e função, para satisfazer a vaidade de Dácio Galvão, o faz-tudo que não faz nada. Abusando da gulodice, açambarcou a cereja do bolo – o Carnaval e as festas populares, como as que compõem o ciclo natalino. Ora, o papel das secretarias de cultura, quando bem administradas, deviam ter outro foco e outras preocupações – o Conhecimento e a Preservação do Patrimônio, a formação do gosto e a disseminação dos talentos que aqui vegetam sob constante perseguição e discriminação. Tem sido assim onde as coisas deram certo, como o Recife, Salvador e o Rio de Janeiro.