*José Vanilson Julião
O convite fora feito uma semana antes para comparecer na quinta-feira 8/9. Não lembro se falou em aniversário (fui alertado pelo robô da rede social). O certo é que Franklin Jorge me botou em um “imprensado”: relatar o encontro na Rua dos Bambus.
Logo eu que não tenho estilo de colunista social. O que me fez lembrar os especialistas que não mais estão entre nós: Ana Maria Cascudo Barreto, Jota Epifânio (e o sucedâneo J. Oliveira) e Adalberto Rodrigues.
E o considerado primeiro da turma, Aderbal de França, o “Danilo”, um dos três fundadores do extinto “Diário de Natal”, que deixou de ser acadêmico de Medicina (1917) para começar a carreira em “A República”.
Será que terei de começar o artigo descrevendo os quitutes? Descarto. Mas as confusões começaram para valer com o meu transporte no dia. Preocupações do meu irmão e cunhada. Resolveram não acionar um “uber”, mas Juca, o amigo do bairro, pau para toda obra.
Franklin havia dito que o café com os amigos começaria ás 15 e se estenderia até as 17 horas. Com a demora do “motorista” (fora apanhar a mamãe numa clínica) chego atrasado. Precedo o último conviva: Aldorisse Henriques, jornalista, que trabalhou na TV Universitária e em “A República”.
O jardim já estava apinhado pelos convivas. Sento numa cadeira de balanço. Na ponta da turma. Apresentação feita me ambienta pelo olhar. Procuro conhecidos, além do anfitrião. A solução é procurar entre eles os colaboradores do “Navegos” para enturmar. Acho dois, um deles Alexsandro Alves, o fã de Wagner.
Reconheço pelos olhos verdes a gata “Sophie”, de pelo branco e marrom, esticada ao lado de FJ. De tão falada. Também o faço com o gato preto que passa sem pedir licença entre os presentes. Pelo olho de pirata da perna de pau.
Afasto a cadeira. Acho que vou machucar o galho espinhoso de uma planta encostada no móvel. Sou auxiliado pelos convivas, entre eles um homem de rosto redondo e claro. Silencioso. O americano Jothan Holland, nascido nas Filipinas, onde o pai servira como militar.
O mistério é desvendado por uma artista plástica argentina Cláudia Lange, esposa. Entre nós há quatro anos. Autora de um quadro da Rainha Elizabeth II, coincidentemente falecida horas antes. Cuja imagem colocada à entrada da casa flerta com os presentes. Numa original homenagem do nosso anfitrião à sua talentosa convidada, Certamente remanescente da ilustre Família Lange, que deu grandes artistas à Argentina.
Entre os colaboradores da revista eletrônica peço uma série de artigos explicando as nove sinfonias do compositor alemão Beethoven. Outro é o jovem poeta assuense Pedro Henrique de Farias, que escreve para Navegos e para o recém lançado jornal “Diário do RN” e sobre a infância rural do nosso anfitrião, no Estevão, entre os rios Panon e Assu, texto que deve constar de um livro em preparo.
Sobre outro jovem convidado, Samuel Bezerra, estudante do Curso de Letras da UFRN, sou alertado de que se é admirador do falecido jornalista e escritor paulista Olavo de Carvalho…
Como fiquei distante do Franklin não pude entrar na conversa entre ele e Daliana (diretora do Instituto Ludovicus), neta do escritor Luís da Câmara Cascudo, na qual conta dois episódios sobre o fantástico reaparecimento de obras literárias de autores diversos com anotações dele nas páginas. Franklin lembra que a conheceu menina, na casa de seu avô.
Porém ainda consegui uma intervenção para lembrar ao anfitrião que José Lins do Rego, indagado sobre o que leva intelectual a gostar de futebol, responde categoricamente: – “A emoção”. Em artigo reproduzido nos anos 30 pelo “Diário de Pernambuco”, a partir de serviço telegráfico dos Diários Associados.
Também não desperdicei a oportunidade para conhecer Janilson Sutero, o gentil homem do suporte do site. Que suporta o editor e colaboradores.
Para encerrar a gafe. Esqueci o presente. Mas ganhei um: “O Livro dos Afiguraves”, da Editora Feedback, de FJ, autor da obra, um romance de gente real.
Enfim, também conheci a “finesse” (copiei de Toinho Silveira) da assessora parlamentar do deputado José Dias, Elione Oliveira e a médica e artista da Fotografia Evanja Barros Pereira, que com Daliana foi a primeira a chegar.

