*Adalgisa Assunção
Agora não resta mais a menor sombra de dúvida: O prefeito de Natal, Álvaro Dias além de caloteiro juramentado, tem desprezo pelos professores. Ele demonstrou isto com muita clareza, quando justamente no final de 2021 deixou a categoria sem o pagamento dos seus salários, comprometendo a ceia de natal de uma infinidade de famílias. Não satisfeito com sua maldade, ele vetou parte de um projeto de autoria da Câmara Municipal, que garantiria aos professores o recebimento do reajuste salarial ao qual a categoria tem direito.
O que mais impressiona nesta situação, é o fato de que as verbas para quitar salários da Educação são oriundas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), uma verba carimbada, que não pode ter sua destinação desviada para outro fim. Todo mundo sabe disto, menos o prefeito de Natal.
Para vetar o projeto da Câmara Municipal, o prefeito alegou inconstitucionalidade na lei, mas revelou algo do seu caráter como administrador: Além de menosprezar professores, ele não se preocupa com a qualidade da Educação oferecida pela Rede Pública Municipal. Afinal, é público e notório que a satisfação de um profissional no desempenho de suas atividades também passa pelo salário que ele recebe.
O nobre prefeito de Natal vale-se da política do pão e circo, com o objetivo de anestesiar a consciência da população em relação à sua falta de compromissos com a Educação. Prefere priorizar a realização de festas a pagar os salários devidos aos professores.
Uma pesquisa realizada pela Catho – empresa especializada na Consultoria e Contratação de Profissionais, constata que o Rio Grande do Norte é o estado onde é oferecida a menor remuneração para os educadores brasileiros. No RN os educadores recebem uma média de R$ 1.798,51, a menos do que os outros estados da União.
Apesar da falácia do prefeito, os professores do Rio Grande do Norte recebem salários menores do que os do Maranhão. A pesquisa aponta que o Distrito Federal, Pará e Maranhão são os estados que oferecem a maior média salarial do País, enquanto os profissionais do RN figuram no último lugar da lista.
A atitude do prefeito de Natal não é diferente da maior parte dos políticos deste meu Brasil varonil e deixa nítida a razão pela qual vivemos em um País de Terceiro Mundo: Aqui a Educação não é prioridade, porque como muito bem colocou Nelson Mandela, “A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”. Está claro que os políticos brasileiros não querem ver mudanças no mundo.
Professores são desprezados, humilhados, desrespeitados nos seus direitos, porque assustam aos políticos indignos. É inegável a capacidade que um professor tem de conscientizar uma coletividade. E isto é tudo o que um político não quer.
Álvaro Dias vai entrar para a História do Rio Grande do Norte, não por ter se destacado como um prefeito que priorizou a Educação, mas como um governante arrogante e que passa calote numa das partes mais indefesas da sociedade: A dos professores.
Ao que parece, ele não ficou satisfeito em retirar a carga suplementar dos nossos salários durante o início da pandemia, como se “ficar em casa” trabalhando de forma remota e utilizando nossos equipamentos tivesse sido uma opção da categoria. Vade retro Álvaro Dias.