*Franklin Jorge
Com a morte do ex-governador Aluizio Alves e do ex-prefeito de Parnamirim Agnelo Alves, seu irmão de sangue, a poderosa Família Alves entrou definitivamente em declínio. Um declínio que se acentua a cada legislatura, ao expor interesses divergentes e obviamente a constatação de que cada um está por conta própria e risco. É evidente o desespero do clã que fez da política profissão.
Sem dúvida o desespero bateu à porta desse clã de profissionais da política. Um desespero que não passa despercebido ao eleitor que se abisma ao ver políticos antes poderosos socorrerem-se do suposto prestígio da governadora, indiciada pelo desvio de 5 milhões em saque operado pelo Consórcio Nordeste, para obterem um mandato, seja ele qual for.
Não há mais um denominador comum a dar-lhes segurança rumo em empreitada que a cada dia se mostra mais duvidosa.. Cada um age de acordo com seus próprios interesses e, alguns até se submetem à liderança alheia, pois já não há um Aluizio Alves ou um Agnelo para orientar e segurar as pontas.
É o caso, por exemplo, do ex-prefeito Carlos Eduardo, que apesar de seus sucessivos mandatos à frente da Prefeitura de Natal, perde-se pela falta de confiança em si mesmo. Depende de outros para ser alguém. Aceitando passivamente ser liderado a liderar. Talvez porque, do fundo de sua alma, saiba que a sua hora passou e o jeito é conformar-se com a vontade alheia; no caso, a vontade da governadora.
Em um certo momento de sua vida, Caros Eduardo teve tudo para ser alguém. Porém, como uma alma feminina que cede ao mais forte, tem fugido de qualquer protagonismo, optando pelo comodismo da inércia e do silêncio. Além do mais, seu compromisso parece ser apenas com seus interesses particulares; a rigor, não representa o povo do Rio Grande do Norte.
Tornaram-se os Alves coadjuvantes insignificantes. Mesmo o ex-senador Garibaldi Alves que para alguns ainda continua a ser segundo seus partidários e liderados o melhor dos Alves, somente se esforça para dar algum sinal de vida para não desamparar Waltinho, o filho amado que aspira ser vice na chapa de Fátima Bezerra. Pelo desenho de seu governo, sua reeleição nada tem de “favas contadas”. Qualquer um que não seja parvo percebe que ela terá uma reeleição difícil e atribulada. ainda mais agora que teve seu nome recomendado para indiciado por corrupção na CPI do Consórcio Nordeste. a propósito, a cada da fica mais evidente que esse Consórcio esconde ou disfarça um perigosa quadrilha que se formou para desviar recursos federais destinados à saúde pública e ao combate à pandemia.
2022 não será fácil para ninguém, acreditem. Nem para os Alves sobreviventes, nem para quem está sujeito a ser visto, numa disputa eleitoral, como corrupto e genocida.