*Alexsandro Alves
Em 1948, Carlos Zéfiro, pseudônimo de Alcides Aguiar Caminha, desenhava sua primeira história pornográfica, que seria publicada em 1949: Sara.
Algum tempo depois, os Catecismos chegariam às bancas do país – na maioria das vezes, pirateados.
E já são 75 anos desde Sara!
O pseudônimo foi escolhido e mantido até 1991, quando a revista Playboy revelou a verdadeira identidade daquele que fez a alegria dos meninos morar em suas mãos.
Porque, como o mesmo era funcionário público, havia o medo de ser demitido caso descobrissem sua atividade paralela “escandalosa”.
Zéfiro aprendeu a desenhar como autodidata, seu traço, muito limpo e pouco detalhista, fluía bem de acordo com a narrativa, foi um excelente casamento.
Nossa visão não se perdia em detalhes supérfluos, a mente acompanhava a velocidade dos desenhos no quadrinho com naturalidade, havia ritmo. Um excelente quadrinista.
Além disso, suas histórias eram bastante avançadas para o seu tempo.
Evidente que muitos casais experimentam as aventuras narradas nos Catecismos, porém não apreciam comentá-las.
Zéfiro escancarava o desejo masculino de ser tocado no ânus, a voracidade descomunal das mulheres, além do desejo adolescente dos rapazes de perder a virgindade com um exuberante sexo selvagem,
Havia alguns catecismos gays, mas eram bem a minoria.
Zéfiro se interessava mesmo era pelo encontro do pênis com a vagina – e com o ânus feminino.
Tais encontros eram sempre banhados por fetiches: a tia, a prima, às vezes a irmã, a mulher dominadora, o pedreiro pau pra toda a obra, os estudantes que brechavam as estudantes no vestiário, a virgem e seu cachorro, a virgem e seu cavalo.
Os que eu mais gostava eram os que mostravam freiras e padres naqueles secretos rituais primaveris.
A mente de Zéfiro não conhecia limites: a mão da alegria sente até saudades, chega a fechar o punho, tremendo…
Abaixo, alguns exemplos, para recordar aqueles nossos momentos de subversão, envoltos pelas quatro paredes do banheiro…