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Como podem os bons políticos aparecer?

“No presente faroeste tupiniquim, não há concorrência; não basta ser, tem que parecer ser, e todos aparentam ser iguais (…)”

*Alex Pipkin, PhD

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Tenho convicção de que é uma tarefa realmente hercúlea. Sei que não é somente deselegante, como também, e muitas vezes inócuo, atacar de maneira “ad-hominem”, ou mesmo uma categoria inteira, como a composta por políticos profissionais.

Presencia-se a olhos nus manifestações ostensivas contra o atual presidente e o seu respectivo desgoverno. É trivial, embora muitos não queiram enxergar. Fatos são fatos e ilícitos comprovados mais ainda.

Contudo, para que serviram os destaques e os berros relativos ao rastro de incompetência, de corrupção incomensurável e de preocupação com o umbigo dos interesses particulares e/ou tribais do partido que agora voltou ao poder?

Nem a genuína superioridade moral de uma pequena fração de políticos “do bem” funcionou no sentido de evitar o retorno da vanguarda do atraso.

Verdadeiramente, a hiperpolarização e os respectivos ataques de todos os lados e cantos contribuíram para denegrir mais intensamente toda a categoria de políticos. O ranking é autoexplicativo.

Evidente que há bons políticos. Eu os conheço. Especialmente, aqueles políticos não profissionais, que têm como propósito a genuína missão de contribuir para a construção de uma sociedade mais desenvolvida e mais justa.

O cenário político brasileiro se transformou, faz algum tempo, em um campo de batalhas, embora vários “lados”, retoricamente, abram suas matracas a fim de pronunciar a palavra mágica; pacificação. Mentira grossa.

O trágico disso tudo, é que os consumidores, a população, acaba por colocar toda a categoria num mesmo balaio de gatos. Desnecessário se enumerar os adjetivos.

Nesse ambiente corrosivo, ficam encobertas as ideias, por vezes as vozes, de políticos preparados e do bem, que intencionam legitimidade, pensar distintamente, visando a implementar  inovações úteis, possíveis e benéficas para o povo.

No presente faroeste tupiniquim, não há concorrência; não basta ser, tem que parecer ser, e todos aparentam ser iguais, pelo menos para a grande massa. O consumidor-eleitor, dotado de massa e pensamento crítico, sempre se beneficia da concorrência e de ideias úteis e inovadoras.

Porém, esses bons políticos estão escondidos – e/ou metidos – nesse sujo cabo de guerra vigente. A pergunta que me faço é se é possível que determinados políticos preparados, com atitudes e comportamentos para promover o bem comum, possam raiar e se destacar neste esgoto a céu aberto.

Qual será a feitiçaria que poderá trazer à luz às ideias e aos planos consistentes destes bons políticos, aqueles direcionados efetivamente para o real desenvolvimento econômico-social e o bem estar dos cidadãos? Aqueles que façam sentido e que despertem o interesse e a atenção ativa dos eleitores?

Eu, honestamente, não sei… A cada dia que passa, as correntes majoritárias parecem se superar nas agressões, nas mixarias, e no desejo do caos. Tudo é cinza. Neste triste momento, eu possuo muito mais perguntas do que respostas. Até porque desconheço de onde, eventualmente, poderão despontar as respostas – certas.

Tomara que o dito esteja correto: pode parecer difícil no início, mas tudo é difícil no início.