*Da Redação
Navegos colheu vários depoimentos acerca da experiência comum a todos, a do confinamento provocado pela pandemia oriunda da chamada “peste chinesa” que se espalha pelo mundo inteiro, infectando sobretudo os idosos com o vírus Convid19, supostamente criado em laboratório na cidade de Wuhn, para dizimar a população. Abaixo, alguns depoimentos
Edilson França, advogado e Procurador Regional da República aposentado: Concebo a reclusão como algo impositivo e necessário. Os contatos familiares que não podem ser evitados são cercados de todas cautelas protetivas. No tocante à prática reclusiva, a mesma é facilitada pelo volume de tarefas a concluir. Aí vai dos compromissos financeiros e familiares às atividades físicas, literárias e de paciência. Principalmente para suportar a estupidez política e a indigência televisiva de um modo geral. Se não fosse tão longa e não nos privasse da presença dos entes queridos, essa clausura até que seria proveitosa. Como diz a música popular, “qualquer dia, qualquer hora, em qualquer lugar, a gente se encontra…”
Sonia Santos, atriz: Tenho superado o confinamento, lendo e assistindo filmes, coisas que a rotina cotidiana às vezes não nos permite. Além disso, reinventando coisas na cozinha, novos pratos, novos sabores. Nos intervalos, me comunicando com amigos e familiares. Principalmente minha filha e netos que vivem na Flórida (USA)
Dessa experiência, extraí uma lição é: quem tem livros e vida interior não padece de solidão. E que também: como somos frágeis. Para que tanto orgulho, vaidade e apego às coisas materiais, se o inimigo é invisível e não escolhe classes sociais.
Honório de Medeiros, professor de Filosofia do Direito e Procurador do Estado aposentado: Eu chamaria minha rotina diária, nesse confinamento, de “trivial variado” ou “mais do mesmo”, porque ela não é muito diferente de como era antes do vírus chinês.
Como estamos autoconfinados, ninguém sai ou entra, exceto para a feira ou farmácia.
Há os deveres: cozinhar, limpar, lavar, varrer, e o lazer. Neste, às vezes juntos, às vezes, não.
Leio e escrevo muito. Na verdade, mais releio do que leio. Estou revisando alguns escritos e terminando um livro. Quando canso, vou ver algum documentário, filme ou série.
Hélio Fernandes, advogado e Desembargador aposentado: advogado e Desembargador aposentado: Não é fácil viver em confinamento, mas com paciência vamos enfrentando essa situação. Preencher o tempo é que é o grande problema. Não é fácil para ninguém, mas temos procurado ocupar o empo, lendo e fazendo algumas outras coisas, dentro de casa. É preciso ter muita paciência para suportar tudo isto.
Elione Oliveira, servidora da Assembleia Legislativa: Estou isolada com a minha mãe. Não recebemos ninguém. É uma situação inteiramente nova e insuportável, estarmos confinadas e de relações cortadas com o mundo lá fora. Aqui ninguém entra ou sai.
Carlos Roberto de Miranda Gomes, advogado e Professor da UFRN aposentado: estou suportando esse momento com muita preocupação e sofrimento. É uma experiência nova para todos e devemos nos prevenir, sobretudo pessoas da nossa faixa etária. Você deve ser prevenir também. É claro que meus filhos e netos me visitam todos os dias, mas ficam um metro e meio distantes de mim. Temos tomado todas as precauções possíveis para nos resguardar dessa pandemia. É um momento terrível para todos.
A maior parte do tempo fico confinado em meu quarto, lendo. No momento, leio três livros no momento; um deles, Os 11, sobre o funcionamento do STF, é leitura que lhe recomendo. É impressionante e revela coisas de que já desconfiava sobre a Suprema Corte e seus membros, onde ninguém se entende. Ali se trava uma permanente guerra de egos. Depreendo dos fatos que cada um deles é uma ilha de egos temíveis.