*José Vanilson Julião
O povoado de Melão foi elevado à distrito de Santa Cruz em outubro/1938, passando a ser chamado Jericó. Cinco anos depois, em dezembro/1943, retorna o nome anterior. Em 11/12/1953, pela Lei 1.029, é emancipado de Santa Cruz. O município é instalado um ano depois, e no dia 21/12, é empossado o prefeito João Damasceno filho, nomeado pelo Governador.
O município homenageia o coronel Ezequiel Mergelino de Souza (Araruna/PB, 10/4/1866, – Natal, 12/4/1953), um político e empresário bem sucedido em Santa Cruz, proprietário da usina para beneficiamento do algodão. Filho de Antonio Justino de Souza e Joana Francisca do Sacramento veio aos seis meses para a Fazenda Bom Jardim, a poucos quilômetros do povoado de Santa Rita da Cachoeira (hoje Santa Cruz).
Estuda primeiras letras em escola particular. Moço, revela tendência para o comércio, criação de gado e comprador de algodão. Chegando a possuir quase uma dezena de fazendas nas ribeiras do Trairi e Potengi, como a Santa Rosa (São Tomé). Casou-se em 13/6/1894 com Amália Adélia Ferreira da Silva, filha do senhor de engenho Felipe Ferreira da Silva e Joana Ferreira da Silva. O casal teve 14 filhos. Nove chegam à idade adulta:
José Ferreira de Souza (advogado, professor e reitor da Universidade do Brasil, deputado estadual, federal e senador); Gentil Ferreira de Souza, engenheiro civil, três vezes prefeito de Natal); João Ferreira de Souza, comerciante; Ana Nanita Ferreira de Souza; Odorico Ferreira de Souza (engenheiro agrônomo, deputado estadual e pai do deputado estadual, federal e governador Iberê Paiva Ferreira de Souza); Lourival Ferreira de Souza (engenheiro agrônomo); Otacílio Ferreira de Souza (engenheiro agrônomo residente em Campinas/SP)); Maria Anita Ferreira de Souza Moura (viúva do comerciante Felizardo Moura, que morreu como vereador da Câmara de Natal).
Torna-se líder político na região do Trairi. Exerce cargos públicos: procurador da Câmara Municipal (1889), secretário (1892), intendente (1896 a 1898), presidente da Intendência (1911/1913 e 1920/1922) e prefeito de Santa Cruz (1929/1931), sendo destituído pela Revolução de 1930. Foi deputado do Congresso Constituinte (1915) e deputado estadual (1910/1912 e 1918/1920).
O escritor José Fernandes Bezerra em “Retalhos do meu sertão”: – Trajava com elegância. Habitualmente andava de suspensório, colete e gravata. No bolso esquerdo do colete um relógio preso a uma corrente de ouro. Tinha por hábito usar chapéu e sapatos de cor preta. Fazia a barba diariamente e usava um bigode muito bem cuidado. Mesmo viajando a cavalo para visitar as fazendas não dispensava o vestuário habitual. (com dados do contador e advogado Djahy Ferreira Lima – 11/11/2017).
FONTES
Recanto das Letras
Prefeitura Coronel Ezequiel