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Conversando com Glácia Marilac

Jornalista e pré-candidata a vereadora nas próximas eleições conversa com Fundador de Navegos e evoca lembranças de sua terra de sua terra de origem e dos lugares onde morou e as impressões que amealhou em suas vivências pelo Brasil.

*Franklin Jorge

Natal é, para Glácia Marilac, como um ninho onde me aninho com muito amor, confessa nessa entrevista feita por e-mail. É nessa cidade que me recebeu quando eu ainda era uma adolescente, que quero continuar plantando minhas melhores sementes para que germinem frutos de progresso embalados em gratidão. Foi aqui em Natal que minha filha nasceu e é aqui que quero fazer nascer outras grandes histórias. Como toda capital, há muitos desafios urbanos, muito a evoluir para que todos possam usufruir da qualidade de vida que merecemos. A cidade tem belezas naturais singulares, mas precisa amadurecer em relação à qualidade dos serviços públicos, apoio aos espaços de lazer e esporte, à valorização dos artistas potiguares, dos talentosos profissionais de diferentes áreas que acabam sendo exportados por falta de incentivo local. É preciso investir em uma Natal além-mar.

Quando cheguei aqui a Natal Glácia ficou impactada com a beleza da cidade cortada pelo rio Potengi e contornada pela imensidão do mar.

Também me causou ótima impressão a receptividade das pessoas. Fui imediatamente abraçada e incluída nos grupos de escolas e da comunidade. Lembro das festas que participava nas praças, das brincadeiras que fazíamos nas datas comemorativas. Sou muito grata a tudo que vivi e vivo aqui. Tenho muitas lembranças boas de quando aqui cheguei e podíamos brincar tranquilamente nas ruas, indo veranear nas praias sem nenhum medo de assalto. Lembro do pulsante comércio do Alecrim, dos cafés da Cidade Alta e do bairro da Ribeira, com seus bares e casas de show funcionando até altas horas. Lembro das matinês em clubes da cidade, das casas sem cercas elétricas, dos mangues sem devastação.

Glácia passou sua infância na capital de São Paulo, onde nasceu, e depois foi para Brasília entre familiares e amigos.

Lá, ia muito às piscinas nos clubes, amava brincar de queimada nas ruas, andar de bicicleta, ir para a escola, e viajar. A primeira vez que vim ao Nordeste, fiquei encantada. Desde aquela época sabia que era aqui, nessa terra onde meus pais nasceram, que eu queria morar para sempre. Ao ver o mar pela primeira vez e enxerguei o infinito, minha vida se ampliou e aqui estou.

Apesar der criada em uma grande cidade, que em geral não tem tipos populares ou eles se dispersam em meio à multidão e, apesar de menina, observou e ficou impressionada com um homem reconhecido como Índio, que sofria de problemas mentais.

Ele gostava de brincar correndo pelas ruas da capital do país atrás de crianças e adolescentes que ficavam observando seu jeito exótico de ser. Todos tínhamos um misto de admiração e medo dele. Nunca fez mal a ninguém e, apesar dos sustos, era uma pessoa querida na comunidade. Quando cheguei em Natal lembro que uma das primeiras pessoas que me impressionaram foi o artista e pintor Pedro Grilo, com suas roupas brancas e chapéu gigante, ele chamava atenção por onde passava.

Da  infância guarda boas lembranças das festas típicas como boi de reis, quadrilhas juninas, dos parquinhos de diversões, das pescarias, das comidas temperadas com muito amor. Eu sempre me diverti com o que tinha à disposição. Sempre fui resiliente e agradecida. Tive uma infância simples e muito rica em gargalhadas e bons amigos. Amava jogar vôlei, participar de campeonatos, de concursos de misses, de festinhas americanas. Tive uma infância feliz.

Sua latente curiosidade a encaminhou naturalmente para o Jornalismo.

Queria aprender sobre tudo, ver o mundo a partir de vários ângulos. Gosto de gente, de ouvir histórias, de observar detalhes. Quando reuni tudo o que gostava de fazer e tentei associar a uma profissão, o jornalismo se encaixou perfeitamente. Sou feliz pela profissão que escolhi. Gosto de parlar, de fiscalizar, de propor alternativas. Agora, só o que não consigo mais é ser imparcial. Ouço os dois lados, estudo, reflito e tomo partido pelo que é certo e justo.