*Franklin Jorge
Vc não perde tempo, meu amigo, Até parece com Santo Agostinho, que fazia o que tinha para fazer porque não tinha tempo a perder, como explicou à Santa Mônica, que reclamava de sua pressa. Só Deus, que é dono do tempo, pode descansar.
Assim se explica o Artista paranaense que é uma espécie de representação de Curitiba, onde reina há muitos anos, fazendo artes e artes. Como disse, lhe contatei para matar as saudades e logo vc me aparece, para botar-me para trabalhar, embora de maneira leve, sob a forma de entrevista. Mas não deixa de ser um trabalho, não é? Afinal, nunca o vi sem fazer nada. O seu fôlego é o trabalho que se desdobra em numerosas coisas feitas para durar e fazer durar nossa passagem por este vasto mundo.
Na verdade só queria saber se vc já tem um livro chamado Tarja Branca, o libreto que faltava à minha bibliografia. Tem? E vc já me bota para responder as coisas, sem pensar duas vezes.
Do que gostara mesmo de saber é dos seus cabelos brancos. E vc já me bota para trabalhar? Gostaria de saber como vai sua família e seus encantos, como criar uma obra, que pelo o que sei é o combustível que o alimenta há mais de 60 anos. Gostaria de saber tanta coisa que se passou com essa pessoa tão querida e admirada que é vc, meu velho amigo. Se lhe estão tratando com o respeito e a consideração que merece pelo que tem feito à serviço da arte e da cultura de sua terra, que também se fez minha, desde que a conheci faz muitos anos. Muitos anos.
Á bom, já sei, vc continua o mesmo guerreiro de sempre, seja no Acre, no Rio, em Porto Velho, em Natal, em Mossoró e no Assu, onde conheci Dona Gena, sua segunda mãe, o que por si só já constitui um privilégio sem nome.
Quanto a mim, continuo a fazer arte postal. Comigo, como sabe, até pinguim voa, continuo a fazer artesanato e todos os domingos, a partir das 11 horas, estou de Quarentena na Praça Solidária, vendo pouco, mas alugo de montão. E tenho sempre por perto genter amiga, como a Efigênia Ramos Rolim, a rainha do papel de balas que ela transforma em arte. E eu lhe dando a maior força, ao lado de minha mãe, que acaba de completar m95 anos
Efigenia Ramos Rolim A rainha do Papel de Bala E eu dando o maior cartaz. Eu e Mamãe no dia de seu 95′ aniversário, a sacola cheia de cenouras, pois quem bota ovo é galinha. A propósito, ainda cabe deixar-lhe uma Feliz Páscoa?