*Franklin Jorge
Gosto de meu nome. Não sou a virgem dos lábios de mel, mas encanto-me com a minha silhueta. Os cabelos não são totalmente pretos, feito a asa da graúna. O sorriso é largo, meio encabulado, mas franco, sincero e acolhedor
.
Sei que tenho um jeito matreiro e o olhar é voltado para o belo, para o alto, para o verde-vivo da vida.
Nasci numa fria manhã de quarta-feira, no outono, entre as flores e o sussurro da ventania, sob um sol envergonhado, manhoso, escondendo-se atrás da floresta.
Isso em 1953, em Araruva/PR (hoje Marilândia do Sul).
Sou filha de Luiz Pereira de Araújo e Teresa Dantas de Araújo, e descendente dos Azevedo, Dantas, Cunha e Maia, do Nordeste.
Do meu pai, rio-grandense-do-norte, de Currais Novos, herdei a paciência e a busca pela perfeição.
Da minha mãe, paraibana, de Picuí, herdei a altivez, a solidariedade e a abnegação.
Embora tenha passado boa parte da vida no estrangeiro, sou brasileiríssima de alma, corpo e coração. Adoro esse meu torrão, minha gente entusiasmada, risonha, contente., solidária.
Tenho o coração nas nuvens, no infinito dos sonhos, dos amores, das flores. Gosto do tamborilar da chuva no telhado… E, assim, arrisco-me a bordá-lo, em forma de versos de vez em quando.
Sou sonhadora! A sensibilidade escorre-me sempre pelas faces. Se o que sinto excede os meus limites, Escrevo…
Aportei em Goiânia em 1970. À época, uma jovem com fé em sonhos simples: viver, buscar a felicidade e distribuir solidariedade.
Desde criança, tive amor à Natureza e protegi o meio ambiente. Enquanto Diretora de Eventos da Associação Goiana de Imprensa (AGI), busquei parceria com os Correios em 1997, para a outorga do título de Destaque Ecológico a Perseu Mathias, pela sua pioneira iniciativa de criar, dentro de Goiânia, a única Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN), reconhecida pelo Ministério do Meio Ambiente e outros órgãos correlatos. A solenidade foi realizada no Parque Botafogo e teve ainda o lançamento de selo alusivo à data, pelos Correios, ao som das bandas do Corpo de Bombeiros e do Instituto Peter Pan, sob aplausos de mais de 5.000 estudantes e moradores da região da Vila Nova. O renomado sertanista e escritor Leolídio Caiado fez emocionado e breve discurso, elogiando e incentivando a participação de todos e, enfaticamente, das crianças. Um abraço simbólico ao Bosque Botafogo finalizou alegre e festivamente a comemoração.
Em evento tendo a AGI como patrona e apoio da Justiça Federal e dos Correios, reuni autoridades, estudantes e a comunidade em um preito de reconhecimento à saga de uma das mais brilhantes gerações de universitários goianos, do curso de Direito, que iniciou um movimento ecológico pela preservação do patrimônio florestal da terra anhanguerina, com ênfase no mogno, nos idos de 1956/60. Além de propiciar o contato com o esplendoroso exemplar de mogno, plantado nos jardins da Justiça Federal, na Rua 20, o evento serviu ainda para o reencontro de alguns ex-alunos que plantaram aquela muda.
Entrelaçando Semarh e AGI, promovi homenagem em memória de Altamiro de Moura Pacheco, renomado médico, farmacêutico, escritor, pecuarista e político goiano, antigo proprietário da área transformada no Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco – PEAMP.
Como filatelista e cartofilista, empenhei-me em dinamizar a parceria Correios/AGI, promovendo e organizando exposições com o tema Meio Ambiente, com destaque para o Cerrado, em eventos de congraçamento entre comunidade e veículos de comunicação.
Levei para a Inglaterra, onde passei uma temporada para estudos, o background adquirido no Brasil, referente ao Meio Ambiente. Por minha experiência na área, recebi convite para participar da campanha Bem-vindo a Bolton (“Welcome to Bolton”), assim como, sob a coordenação do Rotary Internacional, participei do plantio de árvores, integrando o evento Trees around the world, projeto ambiental para sensibilizar as pessoas sobre as questões ecológicas globais.
Em Diest (Bélgica) participei como convidada especial da homenagem a Louis Cruls, cientista belga e geógrafo que chefiou a Missão científica encarregada de pesquisar e demarcar a zona que se tornaria o local da nova capital brasileira – Brasília. Vale lembrar que os Correios confeccionaram um selo alusivo ao ano do Centenário da Missão Cruls, por minha indicação em 1992.
Fui revisora geral da publicação GEO-Goiás 2002 – Estado Ambiental de Goiás, elaborado pela Fundação Cebrac, com apoio do Ministério do Meio Ambiente e Ibama. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), trata-se do primeiro trabalho de avaliação integrada realizada para um território estadual, no planeta, utilizando a metodologia GEO (Global Environmental Outlook).
Organizei os cursos Gerenciamento Ambiental, Gerenciamento de Recursos Hídricos, I Simpósio de Recursos Hídricos do Estado de Goiás e Bienal ABES de Artes Plásticas. Coordenei o Dia da Terra (Earth Day) em Goiânia, realizado pela Universidade de Stanford (USA), em 1990.
Em 1989, idealizei o replantio de 1000 mudas de árvores no Parque Botafogo, considerado o “Pulmão Ecológico de Goiânia”. O Parque Botafogo estava totalmente degradado e recebeu uma injeção de vida quando o grupo Amigos da Natureza, coordenado por mim, chamou a atenção das autoridades para esse importante espaço de lazer e sociabilidade. Local onde tem jogos de futebol todos os finais de semana, congregando pessoas, seja para torcer por um time, ou mesmo para encontrar amigos e usufruir um tempo de lazer.
Em Goiânia, realizei meu caminho como profissional no Externato São José, Credicon Turismo, Cardealtur, Urbs, Mobral (Fundação Educar), Folha de Goyaz, Governo de Goiás e OVG. Em todos, procurei ser produtiva, apostando na dedicação e na qualidade. Sempre dei apoio e atenção ao ser humano, contribuindo para a inclusão, proteção e minimização das desigualdades sociais.
Irrequieta, idealista e em constante busca por conhecimentos, participei de inúmeros cursos de aperfeiçoamento profissional e ministrei com sucesso os cursos: Português sob medida e Excelência em Comunicação Comercial (para Micro e Pequenos Empresários), Recepcionista de Eventos Políticos, Planejar e Organizar Eventos Técnicos e Científicos, Planejar e Organizar Eventos Sociais e outros.
Como voluntária, desenvolvi trabalhos na OVG, FEMPEG, AGPE e AGI. Enviei graciosamente às crianças da Guiné-Bissau exemplares de meu livro A Formiga que Virou Estrela (editado em Português e Crioulo). Com A viagem das folhas de outono (The trip of the Autumn Leaves), editado em Português e Inglês, chamei atenção para a Amazônia, no Ano Internacional das Florestas – 2011 -, merecendo cumprimentos especiais e aplausos do Príncipe Charles.
Organizei a 1ª Semana das Letras, das Artes e do Desenvolvimento de Goiás, em 1980, capitaneada pelo Jornal Folha de Goyaz, onde atuava na área de Turismo. Participei da organização do I Simpósio Goiano de Terapias Não Alopáticas, em 1985, passo inicial para a criação do Hospital de Medicina Alternativa (HMA). Na década de 70, incentivei a criação da Feira de Arte e Artesanato (hoje Feira Hippie), reconhecida como Patrimônio Imaterial de Goiânia.
Sou dedicada defensora da língua portuguesa, com trabalho abalizado por entidades de reconhecida projeção nacional e internacional. Ainda menina, estudante em um colégio de freiras em Brasília, tinha como tarefa escolar caçar erros de português, o que se tornou evidente durante toda minha vida.
Sendo assim, idealizei o Projeto É Chique Falar Português, que emergiu da urgente necessidade de se valorizar a língua portuguesa. O Projeto é Chique Falar Português foi aprovado pelo Ministério da Cultura, beneficiado pela Lei de Incentivo à Cultura, em 1999. A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, por intermédio de sua então Secretária Executiva, Embaixatriz Dulce Maria Pereira, sugeriu a formatação do projeto para todos os países de língua oficial portuguesa por julgá-lo uma iniciativa que deve ser encorajada e apoiada.
Sempre ligada à arte de ensinar, estimulo o Projeto Correspondência, que objetiva desenvolver o lado social do aluno, utilizando a correspondência como meio de expressar suas experiências e valorizar seus conhecimentos, despertando-o para a importância de ler e escrever. Desenvolvido em escolas públicas de ensino fundamental, em nível de Brasil, essa iniciativa já mereceu o prêmio de Incentivo à Leitura e Escrita da Associação dos Professores de Sorocaba – SP (2012), Prêmio de Incentivo à Leitura (2010) em Cubatão – SP e o Melhor Projeto do Município, em São Vicente – SP (2012); Destaque de Incentivo à Escrita e Leitura – Nova Contagem – MG (2013), dentre outros.
Em 2010, recebi a Medalha do Mérito Legislativo Pedro Ludovico Teixeira, no Dia da Imprensa.
Em 2008, aposentei-me precocemente por motivo de doença. Quando alguém pergunta se tenho algum projeto, a resposta está na ponta da língua: Não tenho projetos. Limito-me a viver intensamente o dia de hoje.