*Franklin Jorge
Que seria do homem sem uma utopia?
À medida que envelheço, mais penso nisso e no quanto o sonho, o idealismo e a utopia nortearam e deram forças à minha existência. Animava-me, quando jovem, pensar que trabalhava para os que viriam e que, apesar dos infortúnios e vicissitudes que permeiam a vida humana, encontrava força e energia para continuar tentando.
Não queria ser omisso diante de tantos desafios e coisas que há para serem feitas, e que, apesar de nossa fraqueza, podemos fazer – às vezes anonimamente – para a realização de outros seres que buscam ir além do próprio umbigo e se comprazem em produzir uma herança e facilitar as coisas para os que virão depois de nós.
Tenho a consciência de que, apesar de minha fraqueza e insignificância, contribui, por mínimo que fosse, com o que estava ao meu alcance e em alguns casos, além. Sempre tendo em mente que não há mérito em ser um gigante entre pigmeus. Um albatroz em meio a um formigueiro, como bem o disse Francisco Alexsandro, que por algum tempo abrilhantou as páginas desta revista digital, plurqalista e e colaborativa, com o seu talento e erudição.