*Franklin Jorge
Frequentemente leitores de Navegos me interrogam sobre a inexistência de anúncios do governo em suas páginas, em sendo a revista muito lida e prestigiada por todos aqueles que pensam e não têm o rabo preso. Respondo-lhes que, além de uma oficina e laboratório de Jornalismo de qualidade, cultivamos a vaidade de exercer com altivez e desinibidamente o que Charles Baudelaire definiu como “advocacia popular”. Queremos estar ao lado do leitor e não acima dele. Sobretudo aspiramos ouvir dos nossos leitores: “Foi publicado em Navegos”.
Não queremos ser uma pena alugada à serviço de poderosos e políticos corruptos que escravizam todos aqueles que, pela necessidade, se deixam escravizar vendendo sua opinião e voto. Queremos ter a liberdade de criticar e elogiar, quando isto se justificar, sem pedir licença a governantes que pagam com o suor dos contribuintes seus incensadores dos quais o leitor sagaz ri, pois sabe que é uma opinião comprada e sem valor na pedra do mercado.
Me lembro que, quando pensei em instalar o aplicativo que contabiliza os acessos à nossa revista, alguém considerou “temerário”, de minha parte, fazê-lo. “E se ninguém acessar Navegos, como será?” De fato, ao me decidir por ter esse aplicativo que faz a estatística dos acessos que merecemos, tinha consciência do risco que corria, mas ao contrário de muitas outras publicações que se jactam de ter 1 milhão de seguidores, sem a comprovação mecânica dessa população de leitores, preferi correr o risco.
Não me arrependo. Afinal, se desejamos servir ao leitor, proporcionando-lhes uma leitura confiável, faz-se necessário correr algum risco, pagando-se o preço da independência.