*Franklin Jorge
Primeiro, quero falar de Toinho Silveira, o homem-show que veio de Mossoró e conquistou Natal com uma garra e uma persistência difíceis de descrever, porque nos pareceria quase sobre-humanas, tamanhas foi a sua luta e os obstáculos que teve de enfrentar para ser o que se tornou. Fosse apenas ele na disputa e teria meu voto – meu único voto – pois a lei ainda não nos faculta votar em dois vereadores ao mesmo tempo.
Nele admiro sobremodo a persistência e o desejo de vencer, a lua que enfrentou por mais de uma década para proporcionar aos pobres do Tirol, bairro chique de Natal, uma ceia natalina que se tornaria uma tradição. Todos os anos servida de maneira digna na Praça Augusto Leite, para mais de 500 pessoas que não teriam natal não fora sua grande generosidade de coração.
Em segundo lugar, recomendaria àqueles que apreciam ou lutam pela arte a candidatura do professor Sandemberg de Oliveira, um múltiplo de artista e lutador em defesa dos artistas, sempre perseguido por gente da laia do secretário de cultura que encruou no cargo, condenando a cidade a um deplorável anonimato dentre as demais capitais do Nordeste. Justamente Natal, uma cidade, como tenho reiterado em circunstâncias jornalísticas, vocacionada para a Modernidade. Em Sandemberg eu confio, apesar do comunista que é.
Meu voto mesmo, o voto do cidadão Franklin Jorge, é um voto que não se acanha de dizer o seu nome – pertence, com todas as letras, à Amora Brayan, cuja luta em defesa dos animais abandonados representa a um tempo exemplo e estimulo, numa cidade onde as autoridades se recusam a encarar um problema de saúde pública que não poder mais ser escamoteado e precisa de uma voz altiva que os defenda na tribuna da Câmara, em geral constituída por uma horda de parasitas e mercenários que lucram com a desgraça alheia. Em Natal, como sabemos, Amora Brayan é sinônimo de amor aos animais. Prova-o o Lar Amora Brayan, mantido não sei como, em Ponta Negra, graças ao esforço desmedido de seus chamados Colaboradores.
Sua luta vem de muitos anos. Não é de hoje, como sabe os, porque nasceu do coração e não apenas do coração – sua capacidade de fazer, de tornar palavras em ação, ao contrário de muitos que possam de tutores e defensores da causa animal entre nós.
O último voto vai para Parelhas e um para um ilustre e talentoso parelhense, o multiartista Josivan Alves Pereira, com quem tive o prazer e a honra de ter como o meu assistente na Sala Natal, desavergonhadamente boicotada por Dácio Tavares Galvão, secretario de cultura invejoso do talento alheio; uma espécie de câncer que corrói há anos a cultura da nossa cidade, graças ao apoio que recebe de pessoas alienadas do fenômeno estético, como a sra. Cãindinha Bezerra, sua protetora e sócia em coisa de somenos.