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Delírios de Hitler e de seu êmulo Bolsonaro

Colaborador de Navegos traça paralelo entre Hitler e Bolsonaro e conclui que, nos paranoicos com poder, o senso de realidade, reside exclusivamente no exercício do poder.

*Carlos Russo Jr.

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O III Reich só poderia operar por meio do terror e, portanto, tinha de correr sangue muito sangue. Aquele confronto, que sacrificou mais de 70 milhões de vidas, nos obriga a investigar de todas as maneiras possíveis a súbita radicalização da história e assim se pode contemplar o surgimento de um Hitler.

Quase um século após, Bolsonaro, um medíocre deputado envolvido com milícias foi tornado Presidente, daquela que já foi a sexta potência mundial! É impossível dar as costas a tudo com a aversão e nojo, como seria natural.

O sentimento de guerra permanente, de lutas contra outros povos, outras raças, minorias, tanto para Hitler quanto para seu êmulo tupiniquim, são fundamentais de serem estimulados, pois são agregadores de massas.

Os locais enormes, abertos, tão grandes quanto o Estádio de Munique, que dificilmente podem ser preenchidos pela multidão; neles são dados à massa a possibilidade de crescer e sua paixão e seu fanatismo, que é o que importa a Hitler, aumentam de acordo com seu crescimento. Bolsonaro tenta ampliar sua base social nos cultos evangélicos. Hitler também tinha um projeto para uma basílica capaz de abrigar uma massa dezessete vezes maior que a de São Pedro!

É que o delírio da superação se liga à ilusão de continuar crescendo!

Hitler ordena que os frangalhos do Exército alemão morram lutando. Sobre si mesmo, diz a Speer: “Não vou lutar… não quero os inimigos maltratem meu corpo. Dei ordem para que me incinerem.”

É impressionante a indiferença de Hitler pelo destino de seu povo, cuja expansão e grandeza afirmava ser o verdadeiro sentido, o propósito e o conteúdo de sua vida.

Na indiferença de Hitler por seu povo provavelmente inexiste exemplo comparável. De qualquer modo, o que resta depois dessa luta, são os inferiores. Os bons tombaram!

No Brasil de Bolsonaro, “o que se pode fazer, todos morreremos um dia, taokei?” Afinal, “somos um país de maricas”, logo, derrotados. Ele despreza os quase 170 mil mortos pela pandemia!

Deseja que esta massa de vencidos cresça!

Tanto em Hitler quanto em Bolsonaro, delírio e realidade são difíceis de serem separados, pois se interpenetram ininterruptamente.

Acontece que nos paranoicos com poder, o senso de realidade, reside exclusivamente no exercício do poder! Eles empregam este poder para impingir, paulatinamente, o conteúdo de seu delírio àqueles que o cercam, seus meros instrumentos.