*Nonatto Coelho
Reflexões com meus botões, em um sábado de pandemia em meu Estúdio de Giverny, sob o olhar da arte, em uma visão ambivalente de dois artistas brasileiros:
Ambos lidam com a figuração ou o figurativo (como queiram), o primeiro tem na paisagem natural o seu interesse conceitual, o segundo na “paisagem” da alma humana.
Pra que eu estou expondo essas reflexões aqui como ponto provocativo?
A resposta é simples, apenas para efeitos comparativos de que a vocação da arte é a dilatação de pontos de vista, e essa condição, em meu entender é o ponto principal a ser equalizado no mundo pós pandemia, assim pelo menos eu espero…. Senão vejamos: depois de no mínimo 12 mil anos (a começar pela arte rupestre, no qual eu a chamo de arte spiliográfica, para situa-la em uma imperfeita tradução para o grego moderno) a arte perpassa todos as grandes revoluções, registra essas transformações no seio da sociedade que a gera, e sobrevive pra contar sua história pessoal, e da sociedade que gravita ao redor do demiurgo, que dizem, ser a imagem e semelhança do criador Supremo. Aqui temos uma controvérsia semântica, mas não quero polemizar o tema.
Pois bem, nos 07 Estados já tradicionais da arte (Figurativo, Abstrato, Construtivo, Conceitual Performático, Tecnológico e Arte Objetual) talvez a pintura seja a que desperta maior interesse social, por várias razões óbvias que demanda tempo e maiores estudos para comparações…
Mas aqui temos o prazer de ver simplesmente duas vertentes, que em meu entender dá prazer aos olhos e comovem espíritos.
Vejam vocês e digam a sua opinião.
Para um estudante do tema, essas imagens aparentemente antagônicas, pode literalmente remeter a saborosa querela entre os filósofos Pre-Socráticos, especialmente Platão e Aristóteles, pois sabemos que o primeiro achava que a arte tinha que agradar a retina, o segundo pregava que o destino da arte era provocara a mente… e aqui, não fico em cima do muro, pois acho que os 02 estavam corretos. Ah, para mim toda arte é conceitual, e Curador que não sabe disso, é apenas um iconoclasta pagão, anátema do nosso meio.