*Franklin Jorge
A Internet e suas Redes Sociais têm promovido uma grande mudança de comportamento ao tornar autônomo o cidadão e relação ao poder da velha imprensa, por exemplo. Mudança que se vê em outros setores da sociedade e da estrutura de poder, que já não conseguem fugir à análise e ao julgamento da opinião pública.
Nas últimas eleições, como vimos, o povo elegeu um presidente usando exclusivamente as redes sociais e através delas vem exercendo como nunca dantes se viu neste país a cidadania, sobretudo em relação aos políticos, que se tornaram alvos prediletos de um povo que finalmente começa a ter consciência do poder que detém. A falência do jornalismo impresso e de uma das maiores redes de televisão do mundo que se opôs à vontade popular comprova essa tendência que se está tornando um habito e fazendo parte dos costumes do povo brasileiro cansado de ser enganado.
Há 15 candidatos a prefeito de Natal. Creio que nunca tivemos tantas candidaturas em um pleito. A maioria sem crédito nem sustentabilidade, penso eu. Contudo, isto não quer dizer que a disputa será fácil para as velhas lideranças que antes se davam ao luxo de serem vistas como um “prefeito em férias”, “senador em disponibilidade”, tamanha a certeza do carisma desses seres nas urnas.
Alguns políticos, no entanto, não se aperceberam ainda de insurgência de tão avassaladora mudança, que não significa necessariamente um bem, mas a nua e crua realidade com suficiente força para mudar as coisas e espanar a poeira que se acumula a anos sobre o nicho da política. A eleição de Jair Bolsonaro, por quem no começo da campanha ninguém dava nada, serviu sobretudo para esclarecer que o poder está mudando de mãos. Nenhum político e dono da vontade de ninguém. Operada pelo povo, já cansado de tantas promessas não cumpridas, as Redes Sociais se transformaram em artilharia de uma sociedade que quer mudanças, não candidatos bonzinhos e simpáticos.
Em processo de afirmação de uma nova realidade, político esperto é aquele que percebe antecipadamente a realidade e interpreta os fatos sem temer ferir o amor-próprio.
